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Interior

Após briga, prefeito rompe contrato e Rio Negro fica sem médicos

Lidiane Kober | 22/10/2013 10:38

Após briga, o prefeito Gilson Antonio Romano (PMDB) rompeu convênio com a Associação Beneficente, mantenedora do Hospital e Maternidade Idimaque Paes Ferreira, e Rio Negro está, há um mês, sem médicos. Segundo a presidente da instituição, Celina Flores Batista Martins, a decisão inviabiliza o atendimento e se trata de “retaliação política”. Por outro lado, o prefeito a acusa de ajudar a desviar, em oito meses, cerca de R$ 231,3 mil do hospital.

O impasse começou no final de setembro, quanto Romano brigou com os dois únicos médicos da cidade, Roberto Rangel e Ivan da Costa. Eles foram cobrar R$ 60 mil para pagar os funcionários do posto de saúde do município. Em resposta, o prefeito teria partido para cima dos dois, desferindo socos. O gestor, por usa vez, negou a agressão física e os médicos decidiram atender em outras cidades.

Na última sexta-feira (18), a história teve novo capítulo. Na data, Celina surpreendeu-se com a decisão da prefeitura de romper convênio com o hospital. Segundo ela, a administração municipal repassa mensalmente R$ 44 mil à instituição. “Sem esse dinheiro não temos como manter o hospital”, disse.

No total, R$ 20 mil seriam para pagar médicos plantonistas e os outros R$ 24 mil para bancar exames e trazer profissionais especialistas, como pediatras e ginecologistas. “Temos um hospital bem estruturado, com centro cirúrgico equipado, 18 leitos, sala de parto e laboratório, mas sem o convênio não tem como manter isso”, reformou Celina.

Para ela, a única justificativa de cancelar a parceria é política. “É retaliação por eu ser filiada ao PSB, mesmo partido do ex-secretário e médico doutor Roberto Rangel, que foi agredido, há alguns dias, juntamente com outro médico, por tentar receber valores a que têm direito por serviços prestados”, afirmou.

Desvio de verba - Por outro lado, o prefeito acusa Celina e seu ex-secretário de Saúde de desviarem do hospital, em oito meses, R$ 213,315 mil. “Por mês, eles desviaram para suas contas particulares de R$ 32 mil a R$ 38 mil”, declarou. “Fizeram barbaridades no hospital e temos como provar isso”, completou.

Romano ainda declarou não deixar descoberto o atendimento ao público. Segundo ele, a prefeitura só cancelou o repasse de R$ 20 mil por decidir fazer diretamente o pagamento aos plantonistas. “Todas as manhãs, temos médicos de plantão e no fim de semana também”, ressaltou.

Ele, porém, reconheceu que à tarde a população fica sem médico. “Mas Corguinho, a 50 quilômetros daqui, já está sabendo que, no caso de qualquer emergência, será acionado”, minimizou. “Estamos por conta da sorte”, rebateu Celina.

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