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Interior

Após matar mulher e filho, homem mandou áudio para amigo contando sobre o crime

“Eu vou deixar o portão aberto e daí você vem aqui tomar as providências", pediu na mensagem de 19 segundos

Clayton Neves | 05/12/2021 21:11


Minutos depois de matar a mulher e o próprio filho, um menino de 10 anos, Maurílio Arcanjo, de 62 anos, enviou um áudio para um amigo contando sobre o crime que cometeu dentro da casa onde morava com a família, em Ponta Porã. Na mensagem de 19 segundos, o criminoso apresenta tom de voz calmo e não esboça aparentes emoções. Direto no assunto, ele diz sobre a intenção de se matar e pede para que o amigo chame a polícia.

“O tião, é o seguinte. Eu acabei de matar a Aline e matei o Davi, daí eu vou me matar”, diz no início da conversa. Em seguida, Maurílio evidencia desejo de facilitar o acesso aos corpos e deixa recomendação. “Eu vou deixar o portão aberto e daí você vem aqui tomar as providências cabíveis e chama a polícia, tá bom? Só isso que eu tenho para te avisar, beleza?”, finaliza.

O áudio viralizou entre moradores da cidade. Pouco tempo depois do envio, por volta das 2h deste domingo (6), a mulher de Maurílio, de 37 anos, e o filho dela foram encontrados mortos na casa que fica na Rua Homenelio Marques, no Bairro Kamel Saad.

Quando a polícia entrou na casa, Maurílio agonizava em meio a uma poça de sangue, com um revólver de calibre 38 ao lado. A informação é que ele tentou tirar a própria vida. No quarto, havia várias cápsulas de bala e uma caixa de munições, além de rastros de sangue que levavam até a varanda da casa, onde o homem foi encontrado.

De acordo com o secretário municipal de Segurança Pública, Marcelino Nunes, a vítima era irmã do comandante da GCMFron (Guarda Civil Municipal de Fronteira), Juliano Luiz Perez Gomes. Ele também contou que, pelo posição dos corpos, o menino teria se jogado na frente da mãe para evitar que o tiro a atingisse.

Em relato à polícia, vizinhos disseram que ele era violento com a própria família. Ele já tinha passagens criminais por porte ilegal de arma de fogo, lesão corporal dolosa, quando há intenção, e ameaça em violência doméstica.

O suspeito está internado em estado grave no Hospital Regional de Ponta Porã, após passar por cirurgia. Na sala de cirurgia, constataram que ele tinha duas perfurações no peito e algumas queimaduras. Ao menos cinco tiros foram disparados no tórax da mulher e dois na criança.

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