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Interior

Beira-Mar lavou dinheiro com doleiros na fronteira durante prisão em MS

Procurador da República diz que narcotraficante está entre os clientes da rede que movimentou R$ 8,1 bilhões; Beira-Mar ficou preso em Campo Grande, em 2010, e atualmente está no RN

Helio de Freitas, de Dourados | 16/10/2017 10:42
Fernandinho Beira-Mar já está condenado a 320 anos por tráfico e homicídios (Foto: André Lobo/Uol)
Fernandinho Beira-Mar já está condenado a 320 anos por tráfico e homicídios (Foto: André Lobo/Uol)

Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que no início dos anos 2000 se escondia da polícia brasileira na fronteira do Paraguai com o Brasil, na Linha Internacional com Mato Grosso do Sul, foi um dos clientes da rede de doleiros que na última década movimentou R$ 8,5 bilhões para criminosos dos dois países.

O bandido carioca, já condenado a 320 anos por tráfico internacional, associação criminosa e assassinatos, usava a rede para lavar dinheiro no período em que esteve recolhido no presídio federal de Campo Grande, em 2010.

Naquele ano, durante operação do complexo de favelas do Alemão, policiais civis cariocas encontraram 14 pedaços de papel manuscritos com ordens de Beira-Mar para um dos chefes do Comando Vermelho responsável em organizar o tráfico de armas e de drogas e a lavagem de dinheiro. Em uma das contas operadas por Beira-Mar foram encontrados R$ 20 milhões. Atualmente o narcotraficante está no presídio federal de Mossoró (RN).

De acordo com o procurador da República João Vicente Beraldo Romão, que denunciou 34 pessoas no âmbito da Operação Hammer-on, que investiga crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o esquema dos doleiros atuava nas cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu, com a participação de agências de câmbio do Paraguai.

Segundo o procurador, o esquema envolve clientes de todo o país e das mais variadas atividades criminosas. “Investigados em quatro operações, uma delas a Scriptus, que desvendou o esquema de Beira-Mar, valeram-se da rede de doleiros” afirmou Romão ao portal Uol. A advogada Palo Gurgel, que defende Beira-Mar, nega qualquer ligação de seu cliente com os doleiros que atuavam na fronteira.

O procurador pediu à Justiça do Paraná o compartilhamento das provas levantadas até agora, para chegar aos demais clientes dos doleiros. A lista pode incluir integrantes das duas principais facções criminosas brasileiras – Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital.

Atualmente o PCC tem forte atuação na região de Pedro Juan Caballero e Mato Grosso do Sul, onde trava uma guerra com o Comando Vermelho e com outros grupos menores, pelo controle da distribuição de drogas e de armas na fronteira.

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