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Interior

Brasil pede extradição de dez paraguaios presos por tráfico de armas

Entre os alvos estão duas integrantes das Forças Armadas; organização enviou 43 mil armas ao Brasil

Por Helio de Freitas, de Dourados | 06/12/2023 14:31
Cidadãos paraguaios presos por tráfico de armas e com extradição requerida pelo Brasil (Foto: Reprodução/ABC Color)
Cidadãos paraguaios presos por tráfico de armas e com extradição requerida pelo Brasil (Foto: Reprodução/ABC Color)

A Justiça brasileira solicitou a extradição de dez cidadãos paraguaios presos ontem (5) no âmbito da Operação Dakovo, que desmantelou rede internacional de tráfico de armas. Entre eles estão duas mulheres, integrantes das Forças Armadas do país vizinho.

Trazidas por uma empresa paraguaia de países do leste europeu, pelo menos 43 mil armas curtas e longas foram parar nas mãos de bandidos de facções criminosas brasileiras, especialmente PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho.

Nesta quarta-feira (6), a Fiscalía (órgão equivalente ao Ministério Público) revelou que o Brasil quer a extradição das vendedoras de armas Maria Mercedes Ocampos, 31, e Eliane Magali Marengo Subeldia, 36; dos traficantes de armas Manuel Antonio Gómez Ojeda, 46, Arnaldo Andres Cubas Cantero, 31, e Angel Antonio Flecha Barrios, 45; do vendedor de armas Aldo Cantero Cáceres, 45; do doleiro Ricardo Luis Morra Gadea, 36; do traficante de armas Julio César Cubas Cantero, 39; da capitã e ex-chefe de controle da Dimabel Josefina Cuevas Galeano, 35; e da primeira-tenente Cinthia Maria Turro Braga, 40, ex-assessora jurídica do Registro Nacional de Armas.

De acordo com investigações da Polícia Federal brasileira e da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, as armas eram importadas legalmente pela empresa IAS (Internacional Auto Suply), com sede em Asunción.

Com apoio de integrantes da Dimabel – órgão militar paraguaio de controle do comércio de armas – a IAS forjava documentos para comprovar a venda das armas de forma individual para pessoas físicas. Entretanto, o armamento tinha a numeração raspada e era destinado às facções brasileiras.

Para impedir o rastreamento do dinheiro, a organização contava com apoio de doleiros, que montaram esquema para fazer transações em espécie e através de valores baixos, para burlar os órgãos de controle.

Alvos da operação no Paraguai que seguem foragidos (Foto: Reprodução/Senad)
Alvos da operação no Paraguai que seguem foragidos (Foto: Reprodução/Senad)

Os donos da empresa IAS, o argentino Diego Dirisio e a mulher dele, a ex-modelo argentina Julieta Nardi, conseguiram fugir. Existe suspeita de que o casal tenha sido informado horas antes sobre a operação de ontem.

Além de Diego e Julieta, considerados os principais alvos da operação, outros oito investigados no Paraguai seguem foragidos. Hoje de manhã, o general da reserva do Exército do Paraguai, Jorge Antonio Orué Roa, 59, se entregou na delegacia da Polícia Nacional de Concepción. Ele foi diretor da Dimabel e validava todos os trâmites em favor da organização.

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