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Interior

Câmara recebe outro pedido para cassar vereador, agora por fraude

Moradora protocolou denúncia contra Olavo Sul por causa de ação em que ele é acusado de fraude em eleição de associação

Helio de Freitas, de Dourados | 27/05/2019 15:09
Olavo Sul é guarda municipal e exerce o primeiro mandato como vereador em Dourados (Foto: Thiago Morais/Divulgação)
Olavo Sul é guarda municipal e exerce o primeiro mandato como vereador em Dourados (Foto: Thiago Morais/Divulgação)

Mais um vereador virou alvo de pedido de cassação em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Foi protocolada nesta segunda-feira na Câmara da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul a denúncia da moradora Neide Souza Mariano apontando quebra de decoro de Olavo Henrique dos Santos, o Olavo Sul (Patriotas).

O pedido é baseado na acusação contra Olavo Sul por suposta fraude na eleição da Udam (União Douradense de Associações de Moradores). Guarda municipal de carreira, o vereador era diretor de comunicação da única chapa inscrita para a eleição na Udam, em maio de 2015, suspensa por liminar da Justiça.

A denúncia cita como autores da fraude o presidente da comissão eleitoral Adilson Barros Mourão e os líderes comunitários Demétrio Siqueira Cavalcante e Rosimeire da Silva “com anuência e apoio dos demais membros da chapa”.

Neide Mariano cita na ação que o oficial de Justiça procurou os diretores da Udam para intimá-los sobre uma liminar suspendendo a eleição, mas só conseguiu falar com Demétrio, por telefone. Esse teria dito que estava em casa, preparando a eleição para o dia seguinte. Combinaram de se encontrar em frente ao Fórum às 17h40 para a intimação ser entregue.

“Os membros da única chapa inscrita utilizaram-se de manobra para fraudar o pleito eleitoral, simulando a realização em momento anterior à intimação do senhor Demétrio, com o fito de fazer a liminar perder efeito”, afirma trecho da denúncia.

Além de acusar Olavo Sul de falsificar documento particular junto com os demais membros da única chapa inscrita, Neide Mariano afirma que Olavo Sul cometeu crime de falso testemunho ao afirmar em depoimento que estava presente no local da eleição no dia 2 de maio.

Segundo a denunciante, Olavo estava de plantão na Guarda Municipal durante o suposto pleito eleitoral. A suposta fraude na eleição foi denunciada à Polícia Civil no dia 2 de maio. O caso foi investigado pelo Ministério Público e virou uma ação em andamento na Justiça.

A autora da denúncia pede que o pedido de cassação seja lido na sessão de hoje à noite, mas antes de ser levado a plenário o documento terá de passar pela assessoria jurídica da Casa e deve ficar para a sessão da semana que vem.

Retaliação política – Ao Campo Grande News, Olavo Sul disse que a denúncia é contra Demétrio e Adilson. Na época ele ainda não era vereador, já que foi eleito pela primeira vez em 2016 e tomou posse em janeiro de 2017. “Existe um processo contra a Udam, eu fazia parte da diretoria, mas não sou réu nessa ação”, afirmou.

“Em nenhum momento desse processo é citado o nome de Olavo Sul. Fui chamado apenas como testemunha. Isso é retaliação política que já estava aguardando. Eu já tinha recebido ameaça de que viriam ‘pra cima’ por causa do meu posicionamento na Câmara, que tem incomodado. Não é nada mais do que isso. Estou bem tranquilo”, disse o vereador.

Eleito por uma das coligações aliadas da prefeita Délia Razuk (PR), Olavo se tornou oposição à atual administração e tem votado com o grupo contrário à base aliada.

Outro pedido de cassação – Na sessão de hoje à noite, será lida em plenário a denúncia da advogada e ex-vereador Virgínia Magrini pedindo abertura de Comissão Processante contra o vereador Junior Rodrigues (PR).

Caso seja acatado o recebimento pela maioria dos vereadores, será formada a comissão com três vereadores sorteados para emitir, em 90 dias, relatório pedindo a cassação ou arquivamento.

Junior Rodrigues é citado em investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul sobre contratos suspeitos entre a prefeitura e empresas prestadoras de serviço.

Relatório da Controladoria Geral da União aponta envolvimento do vereador com diretores e funcionários da lavanderia Global Serv, prestadora de serviços contratada pela Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) através de dispensa de licitação.

Sócios e funcionários da empresa foram nomeados no gabinete de Junior Rodrigues, que foi líder da prefeita Délia Razuk até janeiro deste ano.

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