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Interior

Correnteza arrasta ponte na MS-382 e isola moradores de duas aldeias

A estrutura não resistiu a força da água e foi levada no último domingo (25) deixando mais de 100 famílias isoladas

Danielle Valentim | 02/03/2018 13:01
Município mais próximo às comunidades é Porto Murtinho, a 454 km de Campo Grande. (Foto: Divulgação/A Voz Indígena)
Município mais próximo às comunidades é Porto Murtinho, a 454 km de Campo Grande. (Foto: Divulgação/A Voz Indígena)

A ponte que passa sobre o Rio Aquidabã, na rodovia MS-382, a 100 km do município de Bonito, foi arrancada com a enchente causada pelas chuvas intensas que atingiram Mato Grosso do Sul nas últimas semanas de fevereiro. A estrutura não resistiu a força da água e foi levada no último domingo (25) deixando mais de 100 famílias isoladas.

Com os estragos, duas aldeias Kadiwéu - Tomázia e Barro Preto - ficaram ilhadas. O município mais próximo às comunidades é Porto Murtinho, a 454 km de Campo Grande. Sem a ponte alguns indígenas se arriscam na correnteza para comprarem alimentos e remédio.

Ao todo cerca de 100 famílias - das duas Aldeias - estão isoladas. Os Caciques temem que a enchente no local possa trazer mais estragos e pedem por socorro aos poderes público municipal, estadual e Defesa Civil, pois a falta da ponte afeta a sobrevivência das famílias.

Cacique Candinho Kadiwéu, da Aldeia Barro Preto disse que mesmo que a ponte não seja consertada agora, “nossos parentes precisam de apoio para atravessar o rio”, ressaltou. A Cacique Cenira Dias da Aldeia Tomázia também teme as travessias sem seguranças, “alguém tem vir dar assistência, porque nós estamos ilhados” disse a Cacique.

"Mesmo que a ponte não seja consertada agora, nossos parentes precisam de apoio", disse o Cacique da Aldeia Barro Preto. (Foto: Divulgação/A Voz Indígena)
"Mesmo que a ponte não seja consertada agora, nossos parentes precisam de apoio", disse o Cacique da Aldeia Barro Preto. (Foto: Divulgação/A Voz Indígena)
Cacique Cenira Dias da Aldeia Tomázia teme as travessias sem segurança. (Foto: Divulgação/A Voz Indígena)
Cacique Cenira Dias da Aldeia Tomázia teme as travessias sem segurança. (Foto: Divulgação/A Voz Indígena)

A Terra Indígena Kadiwéu, dividida em seis aldeias, ocupa grande parte do território somando mais de 530 mil hectares, em Porto Murtinho: São João, Barro Preto e Tamázio, têm acesso principal por Bonito pela rodovia MS-382 e as Aldeias Alves de Barros, Córrego do Ouro e Campina, com acesso principal é pelo município de Bodoquena pela rodovia MS-339.

As comunidades somam uma população com mais de 2 mil índios e as vias são as únicas de acesso. As chuvas já causaram várias enchentes e alagamentos em cidades no interior do Mato Grosso do Sul.

Assim a área mais prejudicada é o Pantanal sul-mato-grossense, com as enchentes que atingiram Anastácio, Miranda, Bonito e Aquidauana- considerada a maior enchente dos últimos anos -.

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