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Interior

Crimes de pistolagem e impunidade marcam fronteira de MS com Paraguai

Entre os crimes ocorridos tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero estão mortes de jornalistas, de empresários e atentados contra comerciantes e até contra membros da máfia

Helio de Freitas, de Dourados | 15/09/2015 14:48
Carro alvejado por tiros de fuzil e pistola, em maio deste ano, na fronteira do Brasil com o Paraguai (Foto: Arquivo)
Carro alvejado por tiros de fuzil e pistola, em maio deste ano, na fronteira do Brasil com o Paraguai (Foto: Arquivo)

De um lado Ponta Porã e do outro lado da rua, Pedro Juan Caballero. A fronteira seca do Brasil com o Paraguai, a 323 km de Campo Grande, é marcada por assassinatos cometidos por matadores profissionais, que se escondem de um lado e do outro da fronteira e nunca são descobertos pela polícia. Naquela região de Mato Grosso do Sul, o crime organizado está por trás da maioria das mortes.

A cidade onde o ex-prefeito e ex-deputado Oscar Goldoni, 66 anos, foi morto a tiros de pistola e fuzil, por volta de 11h40 desta terça-feira, é palco de dezenas de execuções semelhantes nos últimos tempos. Não se tem notícia que alguma dessas mortes tenha sido esclarecida.

Entre as vítimas estão empresários, comerciantes, jornalistas e até mesmo integrantes da própria máfia local, como ocorreu em 18 de maio deste ano do lado paraguaio. Álvaro González, o “Gato”, ex-pistoleiro do crime organizado, foi alvejado com vários tiros no centro de Pedro Juan.

No mesmo dia, a polícia paraguaia descobriu o esconderijo que supostamente seria dos pistoleiros. Armas, roupas pretas, coletas à prova de bala e até um carro com placa de Novo Hamburgo (RS) estavam no barracão, mas ninguém nunca foi preso.

Dois dias depois, o douradense Adriano Cunha dos Santos, 33 anos, foi executado com vários tiros dentro de uma caminhonete Amarok, no estacionamento de um grande centro comercial localizado em Pedro Juan Caballero, mas a poucos metros do território brasileiro. Na noite daquele mesmo dia, Dênis Ajala de Lima foi morto a tiros no Residencial Ponta Porã.

Em fevereiro, o comerciante brasileiro Peterson Velilha, 30, foi fuzilado quando buscava o filho na escola na rua Antônio João, Centro de Ponta Porã. Ele foi atingido por pelo menos 15 tiros de fuzil e pistola. Também em fevereiro deste ano, os ex-policiais militares Jorge Luís Ayala, 47, e Edson Borda da Silva, 50, foram assassinados em Pedro Juan Caballero.

O jornalista paraguaio Gerardo Seferino Servián Coronel, 45, foi mais uma vítima dos pistoleiros da fronteira. No dia 5 de março deste ano, ele seguia de moto pelo Bairro da Granja, em Ponta Porã, quando foi alcançado pelos matadores, também numa moto, e alvejado com vários tiros de pistola. Até hoje a polícia não descobriu pistas dos criminosos.

No dia 26 de março, outro brasileiro foi morto na fronteira. O empresário Roberto Jean Duarte Oliveira, 50, foi alvejado com nove tiros ao sair de seu escritório, atrás do prédio da Receita Aduaneira, em Pedro Juan Caballero.

Goldoni – O empresário e político Oscar Goldoni estava armado e chegou a reagir ao ataque de pistoleiros. De acordo com informações apuradas pela imprensa local, Goldoni se preparava para entrar em sua caminhonete Toyota Hilux prata, placa OOH-4966, de Ponta Porã, quando foi surpreendido pelos pistoleiros, que estavam em uma caminhonete escura.

Ao perceber os matadores, Goldoni teria sacado a pistola 9mm e atirado em direção aos pistoleiros, mas acabou sendo atingido por vários tiros de pistola semiautomática e fuzil e morreu na porta da caminhonete, que estava estacionada em frente à agência local do Detran, na Rua Vicente de Azambuja, no bairro São Domingos.

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