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Interior

Descoberto em 2018, Minotauro comprou identidade falsa no Paraguai

Preso em SC, narcotraficante tinha vários documentos paraguaios com nomes diferentes, mas com o mesmo número de registro

Helio de Freitas, de Dourados | 05/02/2019 15:34
Minotauro, de barba, logo após ser preso ontem, e as identidades compradas no Paraguai (Foto: Reprodução)
Minotauro, de barba, logo após ser preso ontem, e as identidades compradas no Paraguai (Foto: Reprodução)

Vários documentos de identidade emitidos pela República do Paraguai foram encontrados pela Polícia Federal com o narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, preso ontem (4) em Balneário Camboriú (SC).

De acordo com o jornal paraguaio ABC Color, as cédulas de identidade tinham nomes diferentes, mas a mesma numeração.

Em um dos documentos, Minotauro era Wesceslao Rojas, natural de Horqueta, Paraguai. A cédula tinha o número 7228257, o mesmo usado na identidade em nome de Celso Matos Espindola, usado por ele até o início de 2018 para circular livremente por Pedro Juan Caballero.

Fontes da fronteira afirmam que o policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37, tinha descoberto que Celso Espindola e Sérgio Quintiliano Neto eram a mesma pessoa. Por esse motivo o traficante teria mandado executar o investigador. Wescley foi morto a tiros de fuzil no dia 6 de março do ano passado em Ponta Porã.

Entrevistado pela rádio ABC Cardinal, o ministro Arnaldo Giuzzio, chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), manifestou preocupação com a facilidade dos bandidos em conseguir documentos falsos naquele país.

Ele admitiu que a corrupção de policiais e agentes do governo facilita a vida dos criminosos em território paraguaio, mas vê o problema cada vez menor.

Cai um, sobe outro – À frente do órgão governamental criado para combater o narcotráfico, Arnaldo Giuzzio evita fazer festa após a prisão do bandido apontado como novo chefe do tráfico de drogas e de armas na fronteira.

Segundo ele, apesar da importância da prisão de Minotauro, “destruir cabeças” não significa acabar com o crime organizado. “Se fosse assim o narcotráfico teria acabado na Colômbia com a morte de Pablo Escobar. Mas isso gerou uma série de novas cabeças de facções criminosas”.

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