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Interior

Domínio de facção brasileira assusta moradores de Pedro Juan Caballero

PCC tomou conta do crime organizado na divisa com MS e temor é de mais mortes na fronteira, segundo policiais paraguaios

Helio de Freitas, de Dourados | 09/03/2018 12:11
Corpo encontrado em estrada no Paraguai; quatro pessoas foram assassinadas em um dia na fronteira (Foto: ABC Color)
Corpo encontrado em estrada no Paraguai; quatro pessoas foram assassinadas em um dia na fronteira (Foto: ABC Color)

Moradores de Pedro Juan Caballero e Capitán Bado, as duas principais cidades paraguaias do Departamento de Amambay na fronteira com Mato Grosso do Sul estão aterrorizados com a expansão e os atos de violência praticados por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo policiais que atuam na Linha Internacional, a facção brasileira tomou conta do tráfico de drogas e de armas naquela região e está eliminando os inimigos. “Todo mundo tem medo porque o pessoal do PCC é capaz de fazer qualquer coisa”, afirmou hoje ao Campo Grande News um morador de Pedro Juan Caballero.

“Após a morte do Rafaat [Jorge Rafaat Toumani, executado em junho de 2016] e a transferência do Jarvis Pavão para o Brasil, o clima de tensão aumentou e as pessoas estão com mais medo ainda”, afirma o cidadão paraguaio.

Nesta semana, entre a terça e a quarta-feira, quatro pessoas foram assassinadas em menos de 24 horas em Ponta Porã, Pedro Juan Caballero e Capitán Bado. Entre as vítimas está o policial civil Wescley Vasconcelos Dias, 37, executado com 30 tiros de fuzil no fim a tarde do dia 6.

Também na terça-feira, seis membros do PCC foram presos em Pedro Juan Caballero, reforçando a tese do governo paraguaio que a facção se fortaleceu nos últimos meses para tomar conta do crime organizado na fronteira.

A Polícia Nacional do Paraguai suspeita que a facção criminosa tenha matado o agente da Polícia Civil. Entretanto, policias brasileiros envolvidos nas investigações afirmam que essa apenas uma das linhas de investigação.

Para a polícia brasileira, o assassinato está ligado ao trabalho do investigador, considerado bastante atuante, principalmente colaborando com outras polícias, inclusive a paraguaia.

No dia que foi morto, segundo policiais paraguaios, ele tinha ido a Pedro Juan para coletar as impressões digitais dos seis membros do PCC, presos horas antes. Logo após voltar ao lado brasileiro da fronteira, foi cercado por pelo menos dois carros e executado a tiros de fuzil calibre 7.62.

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