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Interior

“Era tudo amigo da família e frequentava a minha casa”, diz pai de Vitória

Um dos suspeitos ainda ajudou a família nas buscas por Vitória Caroline, assassinada aos 15 anos, estrangulada

Viviane Oliveira | 30/01/2022 11:49
Edson abraçando a mulher durante o sepultamento de Vitória. (Foto: Reprodução Vídeo/Ivinotícias)
Edson abraçando a mulher durante o sepultamento de Vitória. (Foto: Reprodução Vídeo/Ivinotícias)

"Eles viviam aqui na frente, tomando tereré. Era tudo amigo da família e frequentava a minha casa”, disse na manhã deste domingo, por telefone, o microempresário Edson dos Santos Honorato, de 45 anos, sobre os três suspeitos presos pela morte da filha Vitória, de 15 anos.

Desaparecida desde a noite de terça-feira (25), a adolescente foi morta estrangulada e enterrada em área de brejo. O corpo dela foi encontrado neste sábado (29), em Ivinhema, distante 289 quilômetros de Campo Grande.

Um dos presos, Nilton Fernandes de Souza, de 39 anos, conhecido como Negão, viu Vitória crescer e era o mais amigo da família. “O irmão dele é meu compadre”, contou Edson, que ainda tenta entender o porquê de tanta brutalidade. “Eu acho que ele era fissurado na menina”. Os outros dois suspeitos, de 23 e 60 anos, que também estão presos, negaram o crime.

Segundo Edson, o rapaz mais novo ainda auxiliou nas buscas por Vitória e dizia que quando a família encontrasse Nilton era para matá-lo. “Esse rapaz chegou a fazer buscas com a gente dentro do carro. Ele dizia que quando Nilton fosse encontrado, era pra gente chegar matando, sem conversa”, contou.

Contra Nilton, já havia mandado de prisão pelo desaparecimento da adolescente. (Foto: Reprodução)
Contra Nilton, já havia mandado de prisão pelo desaparecimento da adolescente. (Foto: Reprodução)

Antes de o corpo da vítima ser encontrado, Nilton havia sido identificado como o principal suspeito pelo desaparecimento, pois foi o último a ser visto com a vítima, por volta das 22h de terça-feira.

“O delegado fala que foi por ciúmes. Antes de desaparecer, ela tinha se arrumado e ido encontrar com um rapaz, filho de um amigo meu. Eles [os suspeitos] quiseram incriminá-lo, mas não deu certo”, contou.

O corpo de Vitória foi sepultado ontem à noite, por volta das 21h, no cemitério municipal da cidade. Por conta das condições do corpo, a família optou em não fazer velório. “Eu não quis ver o corpo. Prefiro guardar a imagem de como ela era. Menina doce, não tinha maldade, não tinha inimizade com ninguém”, lembrou Edson, que é pai de mais 8 filhos.

Segundo ele, os vizinhos estão todos arrasados com a situação e aproveitou para agradecer o apoio recebido da população e a homenagem que os amigos fizeram para a filha.

Vitória foi morta por esganadura. (Foto: Rede Social)
Vitória foi morta por esganadura. (Foto: Rede Social)

Investigação - Conforme o delegado Felipe Alvarez Madeira, responsável pela investigação, Nilton confessou participação, mas alegou apenas ter auxiliado a esconder o corpo e jogou a culpa para o rapaz de 23 anos, dizendo que ele praticou o crime por ciúmes, porque na mesma noite, a vítima havia se encontrado com outro rapaz. "A participação de cada um será apurada durante o inquérito policial", disse o delegado, que tem dez dias para finalizar o procedimento.

Tanto o jovem quanto o homem de 60 anos negaram o crime. Os três foram autuados em flagrante pelo crime feminicídio (com pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (com pena de 1 a 3 anos).

Vitória Caroline de Oliveira Honorato estava desaparecida desde às 22h de terça-feira, quando foi vista a última vez pela irmã, na frente da casa onde morava, no Bairro Triguinã. Familiares, amigos, polícias Civil e Militar realizaram buscas pela adolescente por 3 dias seguidos, com ajuda de drone e cães farejadores.

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