“Escolhe: Silverado ou RAM”; prefeito ostentava caminhonetes apreendidas
Dodge RAM branca e Silverado preta foram vendidas por Juliano Ferro para comerciante, que está preso
RESUMO
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O prefeito reeleito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), está sob investigação após a apreensão de duas caminhonetes de luxo, avaliadas em quase R$ 1 milhão, que foram confiscadas pela polícia em operações relacionadas ao tráfico de drogas. As caminhonetes, uma Chevrolet Silverado e uma Dodge RAM, estavam sob a posse de um comerciante, Luan Matos, que foi preso por posse ilegal de armas. As investigações indicam que os veículos pertenciam a Ferro, que não os declarou em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, levando a um inquérito da Polícia Federal. A defesa de Ferro afirma que ele não está sendo investigado por tráfico e que os veículos não lhe pertenciam mais no momento da declaração.
Ostentadas em redes sociais pelo prefeito reeleito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), duas caminhonetes importadas, juntas avaliadas em quase R$ 1 milhão, agora estão em poder da polícia.
Confiscadas por ordem judicial em duas operações policiais, a Chevrolet Silverado preta e a Dodge RAM 2.500 Laraime branca se tornaram pivô de investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Quando estava na posse dos dois veículos, Juliano Ferro – que se declara como “o prefeito mais louco do Brasil” – costumava fazer postagens mostrando as duas caminhonetes. Após as operações, ele excluiu os vídeos, mas alguns foram baixados, armazenados e agora estão circulando em grupos do aplicativo WhatsApp.
“Escolhe: Silverado ou RAM. Pega a tua, só me fala o prazo, pai. Aí você pode cantar aquela musiquinha: ‘A Silverado ruun’. Você pode escolher”, diz o prefeito, no vídeo (veja as imagens acima).
As duas caminhonetes foram apreendidas em poder do comerciante Luan Vinicius da Silva Matos, 24, que está preso preventivamente por posse ilegal de arma e munições. A família dele é dona de rede de supermercados na região e de loja de revenda de veículos usados.
A Silverado preta foi apreendida no dia 15 de outubro deste ano, no âmbito da Operação Defray, deflagrada pela Polícia Federal para investigar suposta organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, baseada na região de Ivinhema.
No mesmo dia da apreensão, Luan postou vídeo debochando da apreensão. Pescando de lancha com amigos, disse que já havia encomendado outra caminhonete, agora uma branca. No outro dia, tentou se explicar afirmando que não quis debochar da PF e pedindo desculpas pelos “transtornos” que causou.
A Dodge RAM branca, apreendida quarta-feira (3) pelo Gaeco, havia sido comprada por Luan Matos, mas estava em poder do irmão, sócio dele nos negócios da família.
Segundo as investigações policiais, as duas caminhonetes pertenciam a Juliano Ferro, embora não tenham sido transferidas oficialmente para o nome do político. Por omitir os veículos na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral, o prefeito virou alvo de inquérito da Polícia Federal.
Assim como Juliano Ferro, Luan Matos não é investigado por suposta ligação com o tráfico.
A Silverado foi apreendida porque havia sido vendida a Juliano Ferro pelo comerciante Luiz Carlos Honório, investigado no âmbito da Operação Lepidosiren, também sobre tráfico de drogas.
Honório ficou preso por dois meses e ganhou liberdade provisória no dia 19 de outubro. Há suspeita de que a Silverado tenha sido usada em esquema de lavagem de dinheiro do tráfico.
Já a Dodge RAM foi apreendida porque o Ministério Público descobriu indícios de uso de documento falso na transferência do veículo. Segundo a investigação, Luan comprou a caminhonete por R$ 300 mil, pagos em espécie, conforme ele próprio declarou em depoimento à Polícia Federal.
Ainda conforme apurado pelo MP, o veículo havia sido transferido em 2023 na agência do Detran-MS em Maracaju. Entretanto, estava emplacado em Goiás e seu proprietário tinha falecido em 2020.
A transferência teria sido consumada a partir de falsificação de assinaturas e do selo cartorário, de Passo Fundo (RS). Dois policiais militares estariam envolvidos na transferência suspeita e também foram alvos de mandados de busca do Gaeco.
A defesa de Juliano Ferro reafirma que ele não é investigado por suspeita de ligação com tráfico e que as caminhonetes não foram relacionadas na declaração à Justiça Eleitoral porque não pertenciam mais ao prefeito. Ainda segundo a defesa, o caso já foi esclarecido em depoimento dele à PF.
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