Família espera laudo para falar sobre morte de mulher jogada em valeta
Antônio Cipriano da Silva diz ter arremessado o corpo do barranco por desespero e depois pedido ajuda ao irmão
A família de Raquel Perciliano, 59 anos, encontrada morta na madrugada de domingo (27), em uma área de mata na região da MS-355, em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande, aguarda o laudo para se manifestar sobre o caso. No entanto, eles acham a história muito estranha, já que ninguém sabia da relação da vítima com Antônio Cipriano da Silva, 48 anos, responsável por deixar o corpo da mulher no local.
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A família de Raquel Perciliano, de 59 anos, aguarda o laudo necroscópico para se manifestar sobre sua morte, ocorrida em Terenos, Mato Grosso do Sul. O corpo foi encontrado em uma área de mata após Antônio Cipriano da Silva, 48 anos, alegar que a vítima passou mal e faleceu durante um encontro casual. Ele afirmou ter jogado o corpo no local por acreditar que ela já estava morta. A família desconhecia qualquer relação entre os dois e considera a história suspeita. A polícia investiga o caso, que pode ser classificado como omissão de socorro ou feminicídio, dependendo do laudo.
Conforme apurou o Campo Grande News, a filha mais velha da vítima mora em Minas Gerais e viajou até Terenos para resolver toda a situação. A família foi procurada pela reportagem e afirmou que acha a história muito estranha, mas só terá certeza do que aconteceu após o laudo necroscópico.
Além disso, os familiares não sabiam da relação entre Raquel e Antônio. O homem é irmão de um vereador da cidade, e os dois se conheceram na prefeitura, onde a mulher trabalhava.
Investigação – Em depoimento, Antônio alegou que chegou a ter um relacionamento com a vítima, mas que atualmente eles não tinham mais relação nenhuma. Porém, acabaram se encontrando de forma eventual e marcaram o encontro na tarde de sábado (26).
Eles se encontraram por volta das 15h, em um lugar afastado do centro da cidade, mas Raquel começou a passar mal e pediu para voltar, a fim de ir até uma unidade de saúde. Ainda de acordo com a versão do homem, durante o trajeto de retorno, a mulher começou a sangrar pelo nariz e acabou morrendo.
Ele, então, entrou em desespero e, por acreditar que Raquel já estava morta, decidiu jogar o corpo no local onde foi encontrado. A vítima tinha uma lesão na região do rosto, e Antônio afirma que foi causada pela queda do barranco.
Logo depois, Antônio retornou para a cidade e procurou o irmão, que contratou um advogado que foi até a delegacia avisar sobre o caso. O homem, então, mostrou o caminho à equipe de investigação, desde a saída para o encontro até o retorno para pedir ajuda ao familiar. O intervalo entre a morte e a polícia ser avisada foi de aproximadamente cinco horas.
O delegado Mateus Crovador retornou nesta terça-feira (29) das férias e agora assume o caso. Ele informou que vai analisar os fatos e espera o luto da família para começar a ouvir os depoimentos.
“Vamos analisar as câmeras de segurança do município para checar o itinerário do veículo. Depois, vou ouvir o marido e os filhos da vítima e também vou juntar o laudo e as informações médicas. Aí faremos a reprodução simulada. A princípio, existem duas possibilidades: pode ser que ela tenha tido uma morte natural mesmo; aí ele responde por omissão de socorro e ocultação de cadáver. Mas, se ficar caracterizado que ele foi o causador da morte, será autuado por feminicídio”, pontuou o delegado.
Sobre a mulher ter sido jogada viva na valeta, ainda não é possível afirmar. O delegado precisa do laudo para confirmar ou contestar a versão dada por Antônio que chegou a cobrir o corpo com um tapete. O caso foi registrado, a princípio, como morte por causa indeterminada e ocultação de cadáver.
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