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Interior

Fundador de pirâmide financeira tentou reaver passaporte para deixar país

Fabiano Lorite de Lima e o sócio foram presos com esmeralda em MS, no ano passado

Helio de Freitas, de Dourados | 19/10/2022 11:08
Fabiano Lorite (à esquerda), o CEO da empresa Diego Chaves (centro) e Cláudio Barbosa (Foto: Reprodução)
Fabiano Lorite (à esquerda), o CEO da empresa Diego Chaves (centro) e Cláudio Barbosa (Foto: Reprodução)

Um dos alvos da Operação La Casa de Papel, deflagrada hoje (19) pela Polícia Federal, Fabiano Lorite de Lima tentou reaver o passaporte para viajar para fora do Brasil, mas a Justiça Federal negou o pedido. O Ministério Público Federal foi contra, por suspeitar que ele pretendia fugir para o exterior.

Apontado como um dos fundadores da pirâmide financeira transnacional com atuação em 80 países e 1,3 milhão de investidores, Fabiano Lorite foi preso em agosto do ano passado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-163, em Rio Brilhante (a 161 km de Campo Grande).

Fabiano e um de seus sócios, Cláudio Barbosa, viajavam com destino ao Paraguai em uma SUV importada. No veículo foram encontrados dois quilos de esmeraldas, avaliadas em R$ 508 mil. A dupla era acompanhada pelo segurança Jean Pessoa Souto que viajava em um VW Virtus.

Os três foram encaminhados para a delegacia da PF em Dourados e autuados em flagrante, já que a nota fiscal das pedras preciosas era irregular. Dias depois, foram soltos para aguardar as investigações em liberdade, mas o juiz impôs medidas cautelares, entre as quais a entrega dos passaportes.

Diante dos indícios de esquema ilegal envolvendo as esmeraldas, já que Fabiano e Cláudio não conseguiram sequer informar o endereço da empresa deles, a Justiça Federal em Dourados transferiu a ação para a 3ª Vara em Campo Grande, especializada em processos sobre o crime organizado.

Em novembro do ano passado, Fabiano Lorite de Lima pediu à Justiça Federal a devolução do passaporte, alegando que precisava do documento para reuniões de trabalho sobre elaboração de vinhos na Espanha. A suposta empresa dele tem sede em Toledo, cidade espanhola perto e Madri. Entretanto, a alegação não convenceu a Justiça.

“Veja-se que a empresa tem sede em Toledo, cidade próxima a Madri, mas as supostas reuniões aconteceriam em Albolote (Granada), localidade bastante próxima a Málaga/ Marbella, numa tendência espanhola de deslocamento do crime organizado para áreas um pouco menos visadas dentro da Andaluzia, mas ainda bem próximas do coração operativo das principais máfias e grupos da macrocriminalidade internacional em solo espanhol, qual seja, a Costa do Sol”, afirmou o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira ao negar a devolução do passaporte.

Nesta terça-feira estão sendo cumpridos seis mandados de prisão preventiva contra os líderes da organização criminosa e 41 mandados de busca e apreensão. A operação é conduzida pela delegacia da PF em Dourados.

Expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. A PF não divulgou nomes dos acusados e também não confirmou se Fabiano e Cláudio estão entre os alvos. Não há mandados em Mato Grosso do Sul.

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