Grupo criminoso desafia governo do Paraguai e executa mais três policiais
Três suboficiais da Polícia Nacional do Paraguai foram executados a tiros na tarde desta sexta-feira em uma rodovia na região de Yagareté Forest, no Departamento (equivalente a Estado) de San Pedro, a cerca de 200 km da fronteira com o Mato Grosso do Sul.
Agustín Romero, Roque Salinas e Crispín Rojas foram crivados de bala na cabeça, retirados da viatura e os corpos deixados na estrada. O carro ocupado pelos policiais foi incendiado.
A imprensa paraguaia informa que esse é o segundo ataque a policiais de San Pedro nos últimos dias. No fim de semana, outros dois tinham sido mortos. As mortes são atribuídas ao EPP (Exército do Povo Paraguaio), um grupo criminoso que afronta o governo do país vizinho.
San Pedro faz divisa com o Departamento de Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, e fica na região norte do Paraguai.
O jornal ABC Color, o mais influente do Paraguai, informou, citando fontes das forças policiais paraguaias, que o ataque desta sexta-feira foi em represália à prisão de um importante membro do EPP, Alberto Duarte, acusado de abrigar criminosos do grupo.
Duarte mora a poucos quilômetros da fazenda onde os policiais Adalberto Candia e Egidio Chávez foram mortos domingo, em Pacola, localizada entre San Pedro e Canindeyú, que também faz fronteira com Mato Grosso do Sul.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta em Assunção, a capital do Paraguai, o ministro do Interior, Francisco de Vargas, disse que a caminhonete ocupada pelos três policiais foi alvejada por pelo menos 150 disparos. Criticado pela oposição ao governo por não impedir o crescimento do grupo criminoso, De Vargas disse que o ataque de hoje é uma declaração de guerra ao Estado.