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Interior

Idoso perde R$ 112 mil em mais um golpe do falso advogado

Criminosos se passaram por advogado e prometeram liberar valores de ação contra o Detran

Por Bruna Marques | 06/11/2025 06:26
Idoso perde R$ 112 mil em mais um golpe do falso advogado
Área de transferência de Pix em aplicativo de banco. (Foto: Marcos Maluf)

Idoso de 62 anos perdeu R$ 112 mil ao cair no golpe do falso advogado. O caso ocorreu em Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande, e foi registrado nesta quarta-feira (5), após a vítima procurar a Polícia Civil.

RESUMO

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Um idoso de 62 anos foi vítima de golpe em Dourados, Mato Grosso do Sul, após perder R$ 112 mil para um criminoso que se passou por advogado. O golpista entrou em contato via WhatsApp alegando uma suposta decisão judicial favorável em processo contra o Detran. O estelionato foi descoberto quando, após realizar três transferências bancárias para supostas taxas e custas judiciais, o falso advogado desapareceu. A vítima registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, apresentando comprovantes das transferências e conversas com o golpista.

Conforme consta no boletim de ocorrência, a vítima relatou ter recebido uma ligação via WhatsApp de alguém que se apresentou como seu advogado e informou sobre uma suposta decisão favorável em um processo contra o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

Segundo o boletim de ocorrência, o falso advogado afirmou que, para liberar os valores referentes à ação, seria necessário o pagamento de taxas e custas judiciais, sob pena de o montante ser tributado. Confiando na conversa, o idoso realizou três transferências bancárias que somaram R$ 112 mil.

A fraude só foi descoberta após o suposto advogado desaparecer e o idoso perceber que havia sido enganado. Ele apresentou à polícia cópias dos comprovantes das transferências e do histórico das conversas com o golpista.

O caso foi registrado como estelionato e será investigado pela Polícia Civil.

Golpes envolvendo falsas decisões judiciais e supostos advogados têm-se tornado cada vez mais comuns, especialmente contra idosos. A recomendação é sempre confirmar diretamente com o profissional por meio de canais oficiais e nunca efetuar pagamentos antes de verificar a autenticidade da informação.

Idoso perde R$ 112 mil em mais um golpe do falso advogado
Golpista finge ser advogado para cometer estelionato. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Decisão - A Justiça Federal deferiu parcialmente o pedido da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) na terça-feira (4), em Campo Grande e determinou que as operadoras de telefonia criem um canal específico para denúncias e bloqueiem, em até 24 horas, linhas usadas no chamado “golpe do falso advogado”.

A decisão foi motivada pelo aumento de fraudes que utilizam nomes e fotos de advogados para enganar vítimas e pedir transferências bancárias.

O presidente da OAB-MS, Bitto Pereira, anunciou a medida como uma vitória parcial, mas importante para conter o avanço das fraudes. Ele explicou que, a partir de agora, a Ordem atuará como central de triagem, recebendo denúncias e encaminhando-as diretamente às companhias telefônicas. As empresas, após notificadas, deverão suspender imediatamente o uso das linhas utilizadas pelos criminosos.

A decisão também prevê que as operadoras adotem canais específicos para esse tipo de denúncia, com funcionamento contínuo e resposta rápida. Conforme Bitto, o objetivo é impedir que os golpistas continuem ativos após as vítimas identificarem a fraude. “É um primeiro passo essencial para proteger advogados e clientes em Mato Grosso do Sul”, disse o presidente.

A Justiça ainda vai analisar os demais pedidos da ação civil pública, que também envolve as chamadas big techs, como a Meta, controladora do WhatsApp, Facebook e Instagram. A audiência sobre o tema está marcada para a próxima terça-feira (11), às 17h. A OAB-MS pede que essas plataformas criem ferramentas de verificação de identidade e removam perfis falsos usados por golpistas.

Bitto ressaltou que o golpe se tornou mais sofisticado, com criminosos utilizando fotos, dados pessoais e até vozes clonadas de advogados para dar credibilidade às abordagens. Ele lembrou que a prática viola a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que impõe regras para o uso e armazenamento de informações pessoais.

Somente neste ano, a OAB-MS recebeu cerca de mil denúncias de profissionais e clientes vítimas do golpe. A entidade mantém um canal exclusivo para registrar os casos, que agora serão repassados diretamente às operadoras, conforme a decisão judicial.

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