Golpe do “processo ganho” faz mulher perder mais de R$ 16 mil em Campo Grande
Vítima foi induzida a realizar transferências após receber ligação de falso funcionário de escritório

Moradora de Campo Grande, na Vila Sobrinho, perdeu cerca de R$ 16,6 mil após cair em um golpe que vem se espalhando por todo o Estado: o “golpe do falso advogado”. O caso foi registrado na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), nesta segunda-feira (27).
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Uma moradora do Bairro Vila Sobrinho, em Campo Grande, foi vítima do "golpe do falso advogado", perdendo R$ 16.684,00 após realizar transferências bancárias para supostas "transações de ativação" de um processo judicial que teria sido ganho. O caso faz parte de uma onda crescente de golpes em Mato Grosso do Sul, com quase mil denúncias registradas apenas neste ano. Em resposta, a OAB-MS prepara ação civil pública contra empresas de telefonia, instituições financeiras e a Meta, buscando implementar medidas de segurança mais rigorosas contra fraudes.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima possui uma ação judicial em andamento e acreditou ter recebido uma ligação da equipe do próprio advogado. O homem que se apresentou como “Thiago”, supostamente integrante do escritório, informou que o processo havia sido ganho e que, para liberar o pagamento de R$ 16.534,00, seria necessário realizar algumas “transações de ativação”.
Seguindo as orientações do golpista, a mulher fez várias transferências bancárias em sua conta e na da filha para empresas, totalizando R$ 16.684,00. Os valores foram desviados por meio de links fraudulentos enviados pelo criminoso.
Golpe em expansão e ação da OAB-MS — Casos como estes vêm se multiplicando em Mato Grosso do Sul. Segundo a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul), quase mil denúncias de fraudes semelhantes foram registradas apenas neste ano.
Diante da onda de golpes, a entidade vai ingressar com ação civil pública contra empresas de telefonia, instituições financeiras e a Meta, controladora do WhatsApp e do Facebook, para forçar a adoção de medidas de segurança mais eficazes.
O presidente da OAB-MS, Bitto Pereira, afirmou que a ação será protocolada nos próximos dias na Justiça Federal. “Quando um golpista usa celular ou WhatsApp, as empresas, por obrigação legal, precisam saber quem está abrindo a linha”, destacou. Ele defende que as operadoras e plataformas digitais adotem sistemas automáticos para derrubar perfis falsos e identificar os responsáveis.
A iniciativa se soma a outras medidas já tomadas pela Ordem, como a criação da plataforma ConfirmADV, que permite verificar, em tempo real, a autenticidade de advogados. O sistema solicita confirmação direta ao profissional e, caso não haja resposta em até cinco minutos, o cidadão é avisado de que o contato pode ser fraudulento.
Casos como o dela mostram a dificuldade em conter a atuação de quadrilhas que se aproveitam de dados públicos de processos para dar aparência de legitimidade às fraudes.
Contexto nacional — Medidas semelhantes já estão sendo adotadas em outros estados. Na Paraíba, por exemplo, a Amib (Associação de Mobilização, Impacto Social, Ambiental e dos Direitos Básicos) conseguiu decisão favorável da Justiça que reconhece a responsabilidade das operadoras Vivo, Claro e TIM, além da Meta, como fornecedoras de serviços essenciais à segurança digital, com base no CDC (Código de Defesa do Consumidor).
A expectativa da OAB-MS é de que a Justiça sul-mato-grossense siga o mesmo caminho, obrigando as empresas a implementar verificações rigorosas de identidade, uso de biometria e cruzamento de dados oficiais.
Enquanto isso, autoridades reforçam o alerta: nenhum advogado sério solicita pagamentos via link ou mensagens de aplicativos. Diante de qualquer suspeita, a recomendação é confirmar as informações com o profissional por canais oficiais ou pela plataforma ConfirmADV.
A OAB-MS mantém um canal para denúncias de perfis falsos e fraudes em sua página oficial. As vítimas também podem registrar boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou pela internet, no site da Polícia Civil.
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