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Após 3 anos, FAB declara que piloto morto em queda tentou fazer acrobacias

A aeronave, utilizada em trabalhos agrícolas, era modelo Air Tractor 402B e não adequada para manobras

Por Lucia Morel | 30/12/2025 15:15
Após 3 anos, FAB declara que piloto morto em queda tentou fazer acrobacias
Aeronave ficou destruída e caiu ponta-cabeça em plantação de milho. (Foto: Reprodução)

Relatório final do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão da FAB (Força Aérea Brasileira), aponta que o piloto Militão Dias de Macedo Neto, que morreu na queda de uma aeronave em uma plantação de milho, em fevereiro de 2022, tentou realizar manobras acrobáticas e acabou perdendo o controle do avião. O acidente ocorreu em Chapadão do Sul, a 331 quilômetros de Campo Grande.

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O relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) concluiu que a queda de uma aeronave em Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul, em fevereiro de 2022, foi causada por tentativa de manobras acrobáticas. O piloto Militão Dias de Macedo Neto não sobreviveu ao acidente. O modelo Air Tractor 402B, utilizado em trabalhos agrícolas, não é adequado para acrobacias. Segundo testemunhas, a aeronave subiu acentuadamente, ficou de cabeça para baixo e caiu em alta velocidade, colidindo verticalmente com uma plantação de milho. O relatório não identificou falhas mecânicas no avião.

De acordo com o documento, a aeronave utilizada pelo piloto em trabalhos agrícolas, de prefixo PR-JPY e modelo Air Tractor 402B, não é adequada para a realização de acrobacias aéreas. O Cenipa destaca que, em janeiro do mesmo ano, foi registrado um acidente semelhante, com as mesmas causas e envolvendo o mesmo tipo de avião, no estado da Bahia.

A equipe do Cenipa, em conjunto com o Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), concluiu que “a dinâmica da ocorrência relatada à Comissão de Investigação SIPAER, assim como as imagens disponibilizadas, indicava que a manobra de giro de asas no topo da subida pode ter sido realizada de forma intencional, durante uma tentativa de executar uma manobra acrobática”.

A conclusão tem como base relatos de testemunhas, que afirmaram que o acidente ocorreu logo após o piloto sobrevoar a pista em sentido contrário ao habitual. A aeronave voou em baixa altitude por alguns instantes e, em seguida, subiu de forma acentuada, atingindo altura estimada entre 150 e 240 metros.

Nesse momento, o avião acabou ficando de cabeça para baixo, em um movimento conhecido como parafuso, e passou a cair em alta velocidade. O impacto com o solo foi praticamente vertical, ou seja, a aeronave caiu “de bico” e ainda de dorso, com as rodas voltadas para cima, sem percorrer distância horizontal após atingir o chão.

Após 3 anos, FAB declara que piloto morto em queda tentou fazer acrobacias
Representação da dinâmica do acidente baseada nos relatos e em registro de câmera de segurança. (Foto: Reprodução)

Segundo o relatório, a “adoção de posturas inadequadas, tais como excesso de confiança e exibicionismo, pode ter resultado na entrada da aeronave em uma condição de estol, ocasionando a perda de controle que culminou na colisão contra o solo”.

O documento pondera, no entanto, que “também é possível que o giro para o dorso não tenha sido comandado pelo piloto e tenha ocorrido inadvertidamente, como resposta aerodinâmica inesperada da aeronave a uma condição de perda de sustentação (estol não comandado), conforme relatado em relatório final de acidente anterior similar, envolvendo uma aeronave Air Tractor”.

Como o piloto morreu no local, não foi possível confirmar se a manobra foi intencional. Ainda assim, o relatório aponta como fatores causadores do acidente a realização de manobra abrupta, seguida da perda de controle em voo.

Não foi constatada qualquer falha ou mau funcionamento da aeronave. Por isso, o relatório final não apresentou recomendações de segurança nem indicou a necessidade de adoção de ações corretivas ou preventivas.

Os relatórios do Cenipa são elaborados para todos os acidentes aeronáuticos e encaminhados à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e ao Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), servindo como fonte de dados e informações “com o objetivo de identificar perigos e avaliar riscos, conforme disposto no Programa Brasileiro para a Segurança Operacional da Aviação Civil”.

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