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Interior

Juíza autoriza internação de chefe do PCC e revolta policiais na fronteira

Autorização foi dada nesta quinta pela juíza de Pedro Juan; advogados alegam que David Timóteo Ferreira tem tuberculose

Helio de Freitas, de Dourados | 20/06/2019 15:52
David Ferreira está preso em Pedro Juan acusado de tráfico, associação criminosa e porte ilegal de arma (Foto: Reprodução)
David Ferreira está preso em Pedro Juan acusado de tráfico, associação criminosa e porte ilegal de arma (Foto: Reprodução)

Policiais da Linha Internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS) estão revoltados com a ordem assinada por uma juíza paraguaia autorizando a internação médica de um dos principais chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira.

A autorização foi assinada na manhã desta quinta-feira (20) pela juíza Librada Peralta e permite que o brasileiro David Timóteo Ferreira fique 15 dias internado em uma clínica de saúde com escolta do Grupo de Operações Especiais da Polícia Nacional e agentes especiais da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas).

A internação foi pedida pelos advogados Nestor Echeverria e Greco Mereles Torres, que apresentaram atestado médico informando que o bandido brasileiro tem tuberculose e a Penitenciária de Pedro Juan Caballero, onde está recolhido, não possui tratamento específico para essa doença.

Para autoridades da fronteira, a ordem judicial causa preocupação, pois David Ferreira é apontado como um dos principais líderes da facção brasileira e poderia aproveitar a situação para tentar uma fuga.

No mês passado, o serviço de inteligência da polícia paraguaia detectou informações sobre possível tentativa de resgate do bandido quando ele fosse transferido para uma audiência no Tribunal de Justiça, onde teria audiência com a mesma juíza. Informada sobre o risco de fuga, a magistrada decidiu fazer a audiência por videoconferência, mas o advogado Nestor Echeverria alegou que não poderia participar por causa de uma viagem.

Conforme autoridades da fronteira, por várias vezes o advogado tentou meios parar tirar o cliente da cadeia, inclusive pedindo prisão domiciliar, negada por Librada Peralta. Para a polícia, a internação pode ser mais uma estratégia para facilitar eventual plano de resgate. Até 15h30 desta quinta a transferência para a clínica ainda não tinha sido concretizada e David continuava no presídio.

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