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Laudos de viabilidade destravam concessão e edital de hidrovia deve sair em 2025

Estudos realizados confirmam que intervenções não terão impactos ambientais, diz Antaq

Por Silvio de Andrade | 05/06/2025 13:29
Laudos de viabilidade destravam concessão e edital de hidrovia deve sair em 2025
Gerente da Antaq, Rodrigo Português (centro): hidrovia sustentável e confiável. Foto: Silvio de Andrade

A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) retomará ate o fim do ano o processo de concessão do trecho Sul (Corumbá-Foz do Apa) da Hidrovia do Paraguai, com lançamento do edital, e na sequencia a concorrência na bolsa de valores, para início de 2026.

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A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) pretende lançar até o fim do ano o edital de concessão do trecho Sul da Hidrovia do Paraguai, entre Corumbá e Foz do Apa. A previsão é que a concorrência ocorra em 2026. O projeto prevê investimentos de R$ 218,6 milhões em 15 anos, incluindo recursos para dragagem, modernização e gestão ambiental. A concessão visa tornar a hidrovia navegável durante todo o ano, com melhorias operacionais e ambientais. A expectativa é de um aumento significativo na capacidade de transporte de cargas, passando dos atuais nove milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas a médio prazo. O estudo de viabilidade foi revisado após audiências públicas e será analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A hidrovia é considerada estratégica para o desenvolvimento econômico e sustentável da região, com potencial para reduzir custos de transporte e impactos ambientais.

O anúncio foi feito pelo gerente de Projetos hidroviários da agência Rodrigo Português durante o encontro Diálogos Hidroviáveis Internacional, aberto na manhã desta quinta-feira, em Corumbá, pela Adecon (Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação.

O adiamento do lançamento do edital, previsto para o primeiro semestre desse ano, ocorreu para realizar as adequações dos estudos de viabilidade ambiental e econômica às demandas apresentadas nas duas audiências públicas, realizadas em Campo Grande e em Corumbá. O estudo revisado será analisado ainda esta semana pela diretoria da Antaq.

A concessão do trecho de 600 km da hidrovia prevê investimentos de R$ 218,6 milhões em 15 anos, sendo R$ 74,3 milhões na primeira etapa, tornando a via navegável o ano todo com dragagem de manutenção entre 14 e 23 pontos (8% da extensão do tramo) e investimentos na sua modernização operacional, além da destinação de R$ 47 milhões para gestão ambiental e monitoramento do rio.

Laudos de viabilidade destravam concessão e edital de hidrovia deve sair em 2025
Encontro em Corumbá é coordenado pelo presidente da Adecon, Adalberto Tokarski. Foto: Silvio de Andrade

Viabilidade ambiental - No ano passado, superando as dificuldades de navegação por conta da seca extrema na bacia do rio, a via transportou nove milhões de toneladas de cargas, das quais 70% de minério de ferro das reservas de Corumbá e Ladário. Com os investimentos previstos e a gestão privada, estima-se um aumento substancial de cargas a médio prazo para 30 milhões de toneladas.

Rodrigo informou que passando pelo aval da agência, o estudo será encaminhado ao TCU (Tribunal de Contas da União), que terá três meses para análise. Durante a discussão da primeira concessão de hidrovia, que será a do Paraguai, foram realizados três estudos distintos – incluindo um encomendado pelo setor privado e elaborado por uma empresa argentina, a Serman & Associados, que fez o mesmo levantamento nos trechos do Paraguai, Argentina e Uruguai.

As conclusões dos estudos, segundo ele, se convergem e a eles se somam mais dois levantamentos sobre os impactos hidráulicos, morfológicos e ambientais realizados por uma consultoria de engenheiros especialistas do Exército norte-americano, contratada pela Antaq, e pelo governo paraguaio.

“Os resultados são semelhantes, fizemos as alterações nos estudos e, definitivamente, não haverá derrotamento, apenas dragagem no tramo brasileiro”, disse ele, observando que viajou de carro de Campo Grande a Corumbá e se deparou com a quantidade de caminhões na BR-262 transportando minério de ferro.

Laudos de viabilidade destravam concessão e edital de hidrovia deve sair em 2025
Diálogos Hidroviáveis reúne gestores governamentais e operadores da hidrovia. Foto: Silvio de Andrade

“Vamos mudar isso, tornando a hidrovia confiável, sustentável e inteligente, com menor impacto hoje verificado na rodovia, além da eficiência do transporte”, acrescentou o representante da Antaq.

Menos custos e impactos - O Diálogos Hidroviáveis Internacional segue durante o dia, no auditório do Centro de Convenções do Pantanal, com palestras e debates. Participam representantes de órgãos governamentais e operadores da hidrovia do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Representando o Governo do Estado, o coordenador de Mineração e Gás da secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Inovação (Sete), Eduardo Pereira, realçou o projeto estratégico da hidrovia para Mato Grosso do Sul e o Brasil, além dos ganhos ambientais com um projeto sustentável que será a base de segurança da navegação pelo Rio Paraguai.

“Diminuiremos acidentes, custos operacionais e, principalmente, as emissões de gases poluentes. Essa iniciativa está em plena sintonia com a meta de carbono zero até 2030, assumida pelo Estado, reforçando o compromisso do governo com a preservação ambiental e a transição para uma economia verde”, destacou.

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