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Interior

Marinha convoca filho de vítima e genro de deputada para depor sobre acidente

Além da Marinha, Polícia Civil também investiga colisão que matou Carlos Américo Duarte, aos 59 anos

Anahi Zurutuza | 06/05/2021 10:26
Nivaldo Thiago é apontado como responsável pelo acidente (Foto: Reprodução das redes sociais)
Nivaldo Thiago é apontado como responsável pelo acidente (Foto: Reprodução das redes sociais)

Caê Duarte, de 33 anos, o filho de Carlos Américo Duarte, de 59 anos, que morreu em acidente entre embarcações no dia 1º de maio, no Rio Miranda, será ouvido pela Marinha no dia 12 deste mês. O Campo Grande News apurou que para a mesma data, foi convocado Nivaldo Thiago Filho de Souza, de 36 anos, que pilotava lancha e é apontado como o responsável pela colisão.

A Marinha já fez os levantamentos no local do acidente, ouviu o profissional que conduzia o barco onde estava Carlão, como era conhecido entre os amigos, e o filho. Dados necessários para laudo pericial dos barcos também já foram coletados.

Por meio de nota, na segunda-feira (3), a Capitania Fluvial do Pantanal, do 6º Distrito Naval, informou a investigação embasará processo que será encaminhado ao Tribunal Marítimo. “O procedimento sob a responsabilidade da Marinha destina-se a elucidar os fatos inerentes à navegação, por meio da coleta das provas necessárias para a apuração da causa determinante do acidente, bem como identificar os possíveis responsáveis. A apuração também identificará as infrações cometidas e irão compor o processo a ser encaminhado ao Tribunal Marítimo, órgão responsável por julgar os acidentes e fatos da navegação, com jurisdição em todo o território nacional”, informa o texto enviado por meio da assessora de imprensa.

Além da investigação conduzida pela Marinha, a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso. Nivaldo Thiago pode responder por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) ou por dolo eventual (quando alguém assume o risco de causar morte), uma vez que segundo testemunhas, o condutor da lancha havia feito uso de bebidas alcoólicas antes de assumir a direção da embarcação e estava em alta velocidade. Ele também não tinha habilitação para conduzir barcos.

Carlão e o filho, pouco antes de embarcarem e sofrerem acidente (Foto: Arquivo de família)
Carlão e o filho, pouco antes de embarcarem e sofrerem acidente (Foto: Arquivo de família)

O acidente – Carlos Duarte fazia parte de grupo de 24 pescadores que chegaram à Pousada Beira-Rio, em Miranda, na manhã de sábado. Por volta das 12h, ele saiu com o filho Caê em barco conduzido por Rosivaldo Barboza de Lima, piloto profissional e funcionário do hotel, em direção à região do Touro Morto, encontro dos rios Miranda e Aquidauana.

Menos de meia hora após a partida, a embarcação onde estava o trio foi “atropelada” por lancha conduzida por Nivaldo Thiago. Carlão foi atingido em cheio pelo barco maior. Levou um golpe no peito, segundo testemunhas.

O condutor da lancha fugiu do local sem prestar os primeiros socorros. Danificado, o barco atingido estava prestes a afundar, mas o representante comercial, o pai e o piloto foram socorridos pelo grupo que chegou ao local minutos após a colisão.

Nivaldo desapareceu, mas após a PM (Polícia Militar) ser chamada e informar outras forças policiais, foi parado em posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-262. O condutor da lancha se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas admitiu aos policiais ter tomado, na manhã de sábado, 4 garrafas de cerveja de 205 ml, conforme registrado em boletim de ocorrência. Testemunhas dizem o contrário, que logo após a colisão, o homem descartou embalagens de bebidas alcoólicas no rio.

Servidor público estadual comissionado, Nivaldo Thiago é genro da deputada Mara Caseiro (PSDB). Ele estava na lancha com a mulher, Maiara Caseiro, e três crianças.

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