Ministério Público apura R$ 287 mil em diárias pagas em Câmara do interior
Gastos chegaram a dobrar o que vereadores recebem por mês
A 1ª Promotoria de Justiça de Brasilândia, cidade a 366 km de Campo Grande, instaurou um procedimento preparatório para investigar os gastos da Câmara Municipal com diárias pagas a vereadores ao longo de 2024. De acordo com registros mensais, alguns parlamentares chegaram a receber em diárias valores que superaram os salários mensais pagos pela função pública.
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Ministério Público investiga gastos com diárias da Câmara de Brasilândia. Vereadores receberam R$ 284,7 mil em diárias em 2024, valor superior aos gastos combinados do prefeito, vice e secretários. A presidente da Câmara, Patrícia do Branco (PP), recebeu R$ 67,9 mil, quase o dobro de seu salário anual. Procedimento preparatório foi instaurado após denúncia anônima questionar a proporcionalidade dos gastos. O vereador Edson Costa (Podemos) recebeu R$ 50 mil em diárias. O promotor Adriano Barrozo da Silva coletará documentos para aprofundar a investigação e verificar a regularidade das despesas.
A denúncia, feita de forma anônima ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), aponta que os nove vereadores do município gastaram juntos R$ 284,7 mil em diárias no período. Apenas a presidente da Casa, Patrícia Costa Jardim, conhecida como Patrícia do Branco (PP), recebeu R$ 67,9 mil em 17 diárias, valor que representa quase o dobro do salário anual, já que sua remuneração mensal, segundo o Portal da Transparência, era de R$ 5,7 mil.
“Esse montante ultrapassa o valor total somado das diárias pagas ao prefeito, vice-prefeito e aos nove secretários municipais no mesmo período, o que levanta indícios de desproporcionalidade e possível uso irregular de recursos públicos”, afirma o denunciante.
O segundo vereador que mais utilizou diárias foi Edson Costa, o Edinho do Master (Podemos). Conforme os dados públicos, ele recebia R$ 4,4 mil mensais (R$ 52,8 mil ao ano), mas gastou R$ 50 mil em 14 diárias.
Já a atual prefeita da cidade, Márcia Regina Schio (PSDB), que era vereadora na época, aparece como a terceira que menos gastou: R$ 11 mil, referentes a quatro compromissos fora do município. O salário dela era o mesmo de Edinho.
No despacho que instaurou o procedimento preparatório, o promotor Adriano Barrozo da Silva destacou que ainda não é o caso de abrir uma Notícia de Fato, mas determinou a coleta de documentos para aprofundar a análise.
“Toda a documentação necessária para aferir a prestação de contas das diárias pagas aos nobres vereadores no ano de 2024, além de outros documentos relacionados tanto à solicitação quanto à aprovação das mencionadas diárias, e que tenham sido apresentados ao ordenador de despesas”, determinou o promotor.
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