Operação em Terenos apura fraude e propina em contratos de R$ 15 milhões
Foram expedidos 16 mandados de prisão, entre eles, contra o prefeito, Eduardo Henrique Budke
RESUMO
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Operação investiga fraudes em licitações na prefeitura de Terenos. Gaeco e Gecoc apuram pagamentos de propina a servidores e fraudes em contratos que somam R$ 15 milhões. Prefeito está entre os 16 presos. Investigação aponta organização criminosa liderada por agente político que manipulava licitações. Empresários pagavam propina para garantir contratos e agilizar pagamentos. Provas foram obtidas de celulares apreendidos na Operação Velatus, deflagrada em agosto de 2024, que investigou fraudes em obras de pontes.
A operação deflagrada em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande, apura pagamento de propina a servidores e fraudes em licitações da prefeitura, em contratos que somam R$ 15 milhões. As provas desta fase da investigação foram extraídas de celulares apreendidos em outra ação, deflagrada em agosto de 2024.
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Foram expedidos 16 mandados de prisão, entre eles o do prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB), o servidor Valdecir Alves Batista, a empresária Nádia Mendonça e os empreiteiros Sansão Inácio Rezende e Genilton da Silva Moreira, estes dois últimos já denunciado na Operação Velatus, desencadeada em Terenos em agosto de 2024, que também apura fraude em licitações.
A Operação Spotless foi deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
Segundo a investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a organização criminosa era liderada por um “agente político”, que controlava núcleos de atuação dentro da administração municipal. O grupo se valia de servidores públicos corrompidos para direcionar editais e simular concorrência em processos licitatórios.
Os empresários envolvidos pagavam propina para garantir tanto a vitória nos certames quanto a agilidade nos trâmites de pagamento das notas fiscais. Servidores falsamente atestavam o recebimento de obras e serviços não executados, legitimando os desvios.
Durante os trabalhos, o MPMS valeu-se de provas obtidas, especialmente do conteúdo extraído de alguns telefones celulares apreendidos na Operação Velatus, compartilhadas mediante autorização judicial, que revelaram o modus operandi da organização criminosa e possibilitaram chegar ao líder do esquema. O MP não divulgou se essa pessoa seria o prefeito da cidade.
A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
Spotless, que significa "impecável" em português, é a denominação da operação e faz referência à necessidade de que os processos de contratação da administração pública sejam realizados sem manchas ou máculas.
Histórico - A Operação Velatus foi deflagrada em agosto de 2024. De acordo com a denúncia oferecida pelo MPMS, as licitações eram combinadas previamente para simular concorrência, com divisão de contratos entre empresas participantes. Conversas e áudios apreendidos mostraram pedidos de ajuda para manipulação de planilhas, inserção de timbres e cobrança de valores após assinatura de contratos. As irregularidades envolveram processos referentes a obras de substituição de pontes por galerias de concreto.
Naquela operação, cinco pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-secretário municipal de Obras, Isaac Cardoso Bisneto, e empresários da construção civil.
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