Pela internet e nas ruas, população e polícia “caçam” suspeito de matar jogador
Danilo Alves Vieira da Silva, 19, suspeito de matar Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, está foragido
Pelas redes sociais e nas ruas de Sete Quedas e região, a mobilização é grande para prender Danilo Alves Vieira da Silva, 19. Ele é o principal suspeito de matar e esquartejar o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, e está foragido. Na noite desta quarta-feira (5), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul divulgou cartaz oficial de “procurado”.
“Stories no Instagram, Facebook, status de WhatsApp, a rede social está toda colaborando para ver se consegue alguma pista. A comunidade está cobrando respostas e justiça”, comentou Salatiel Assis, radialista na cidade fronteiriça de 10 mil habitantes – localizada a 417 km de Campo Grande.
Segundo apurado pelo Campo Grande News, além das equipes da Delegacia de Sete Quedas e da Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira) nas ruas do lado brasileiro, a polícia paraguaia está colaborando com as buscas.
Ainda de acordo com a apuração da reportagem, advogado, que se apresentou como defensor de Danilo, procurou a delegacia, mas não deu informações sobre o paradeiro do cliente e nem iniciou tratativas para entregá-lo à polícia por enquanto.
Conforme já noticiado pelo Campo Grande News no dia 4, o foragido já tinha sido ouvido na Delegacia de Sete Quedas dias antes, mas mentiu em depoimento e foi liberado.
Entenda – Conforme apurado pela polícia até agora, Danilo Alves Vieira da Silva estava com a ex-namorada do jogador, Rubia Joice de Oliver Luivisetto, 21, na madrugada do crime, dia 25 de junho. Ele seria o autor dos disparos que mataram Hugo, pelo menos um deles na cabeça. Depois, ainda segundo o que foi investigado até o momento, o rapaz teria esquartejado o corpo da vítima, com o uso de uma serra elétrica, e lançado as partes no Rio Iguatemi.
A polícia já apreendeu quatro veículos, entre carros e um barco, celulares e instrumentos que podem ter sido utilizados no crime. Mas, nem todas as partes do cadáver foram localizadas. Em um primeiro momento, encontraram quadril, tronco e coxa. No dia seguinte, a cabeça foi parcialmente encontrada. "Cortaram em partes pequenas para dificultar a localização", informou a delegada Lucélia Constantino, responsável pelo caso, em entrevista no dia 4 de julho.
Rubia está presa desde segunda-feira (3), quando se apresentou, acompanhada de advogados, na Delegacia de Tacuru. Um amigo dela, conhecido como “Maninho”, que teria testemunhado o assassinato, apesar de ter admitido que ajudou a “se livrar” do corpo do atleta, segue como colaborador da investigação, em liberdade.
O crime – Na madrugada do dia 25 de junho, Hugo saiu de uma festa em posto de combustível na cidade de Pintoty Porã, que faz fronteira com Sete Quedas. Na sequência, foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e, desde então, não havia sido mais visto. No domingo, 2 de julho, partes do corpo dele foram encontradas no Rio Iguatemi. Uma tatuagem ajudou na identificação da vítima.
Embora a tia do jogador tenha relatado à polícia que, no dia do desaparecimento, Hugo havia contado para a família que estava recebendo várias mensagens da ex-namorada, que ela pedia para que ele a encontrasse e o atleta dizia que “não queria mais”, no interrogatório, a jovem negou ter conversado com o ex naquele dia.
Rubia afirma que estava dormindo com Danilo quando Hugo invadiu a casa dela e o quarto, gritando e xingando. Ela tentou empurrá-lo para fora da residência, quando em determinado momento, pelas costas dela, o “ficante” atirou.
A partir daí, Danilo teria feito ameaças de morte, a ela e a Maninho, para que todos ficassem quietos. O atirado e o amigo de Rubia colocaram o corpo no carro dela para se livrarem dele. A moça afirma que não sabia o que havia sido feito do cadáver, muito menos do esquartejamento.
Ciumenta - A tia de Hugo contou que Rubia era ciumenta, que o sobrinho havia terminado, mas ela não aceitava o fim do relacionamento. Mandava mensagens o tempo todo e ia atrás do ex de madrugada quando ele a bloqueava no WhatsApp.
A polícia trabalha com a hipótese da ex-namorada ter planejado o crime, mas ela nega ser a mandante, ter atraído Hugo até a casa dela e também ter ajudado a “dar fim” ao corpo do rapaz.
A polícia e peritos realizaram na quarta-feira (5) a reconstituição do crime, na casa de Rubia e ainda, na propriedade rural à beira do Rio Iguatemi que pertence à família de Danilo e seria o local da desova do corpo. Ela, por estratégia da defesa, não participou dos trabalhos. Quem guiou a polícia foi Maninho, que conta versão um pouco diferente da dada pela amiga.
Defesa - Em nota enviada à imprensa, os advogados Felipe Azuma e Alberi Dehn, que representam Rubia, disseram lamentar "o tratamento que está sendo dispensado por parte das autoridades públicas a uma mulher que não cometeu qualquer crime e teve apenas a infelicidade de estar presente no momento em que a vítima e o Danilo Alves Vieira da Silva iniciaram uma discussão após Hugo ter invadido o imóvel onde ela residia".
"Rubia teve sua casa invadida, foi xingada, tentou evitar a briga, não puxou o gatilho, não ocultou o corpo e é a única pessoa que está presa", também diz o texto. A defesa ressaltou que provará a inocência da cliente. "Rubia não teve qualquer participação na dinâmica do crime".
(*) Com a colaboração de Salatiel Assis, da Nova FM e Fronteira Agora Notícias.