Perícia conclui que servidora foi jogada ainda viva em valeta
Laudo não identifica causa da morte; exames no coração e no sangue seguem em andamento

O laudo da perícia realizado no corpo de Raquel Perciliano, de 59 anos, servidora pública jogada em valeta após passar mal, durante relação sexual, em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande, apontou ferimentos que indicam que a vítima sofreu lesões enquanto ainda estava viva. Entre as marcas encontradas, havia uma lesão na testa acompanhada de inchaço e uma mancha roxa perto do olho esquerdo.
RESUMO
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Perícia indica que servidora pública sofreu lesões em vida antes de ser abandonada em valeta. Laudo aponta ferimentos na testa e perto do olho esquerdo de Raquel Perciliano, além de acúmulo de sangue na cabeça. A causa da morte ainda é indeterminada, aguardando resultados de exames complementares. Antônio Cipriano da Silva, que confessou ter deixado o corpo, reconstruiu o trajeto com a polícia. A versão dele, de que Raquel passou mal e morreu a caminho de um hospital, apresenta divergências com as conclusões da perícia. A investigação busca determinar se o abandono do corpo contribuiu para a morte, apura os crimes de ocultação de cadáver e omissão de socorro, e não descarta a possibilidade de feminicídio.
Ao examinar internamente a cabeça, os peritos encontraram um acúmulo de sangue, mas não identificaram fraturas ósseas. O coração será encaminhado para exames mais detalhados.
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Mesmo com esse exame minucioso, a perícia não conseguiu determinar a causa da morte. Por isso, foram solicitados exames complementares, como análises de sangue e testes anatomopatológicos, que deverão ajudar a esclarecer o que realmente aconteceu. O resultado desses exames será fundamental para completar o laudo e avançar na investigação.
Antônio Cipriano da Silva, homem que admitiu ter abandonado o corpo de Raquel em uma vala na região da MS-355, em Terenos, refez o trajeto acompanhado pela Polícia Civil. O procedimento ocorreu após ele se apresentar à polícia em Campo Grande e ser conduzido à cidade vizinha, onde o corpo foi encontrado na madrugada do dia 27 de julho
Imagens e laudos da perícia apontaram divergências em relação à versão inicial apresentada por Antônio.
O delegado Mateus Crovador informou que será feita uma quesitação complementar para verificar se o fato de a vítima ter sido deixada naquele local contribuiu para que a morte se consumasse. “A medida é fundamental para que a classificação jurídica do caso seja definida com precisão”.
Enteda o caso - Em depoimento, Antônio alegou que chegou a ter um relacionamento com a vítima, mas que atualmente eles não tinham mais relação nenhuma. Porém, acabaram se encontrando de forma eventual e marcaram o encontro na tarde de sábado (26).
Eles se encontraram por volta das 15h, em um lugar afastado do centro da cidade, mas Raquel começou a passar mal e pediu para voltar, a fim de ir até uma unidade de saúde. Ainda de acordo com a versão do homem, durante o trajeto de retorno, a mulher começou a sangrar pelo nariz e acabou morrendo.
Ele, então, entrou em desespero e, por acreditar que Raquel já estava morta, decidiu jogar o corpo no local onde foi encontrado. A vítima tinha uma lesão na região do rosto, e Antônio afirma que foi causada pela queda do barranco.
Logo depois, Antônio retornou para a cidade e procurou o irmão, que contratou um advogado que foi até a delegacia avisar sobre o caso. O homem, então, mostrou o caminho à equipe de investigação, desde a saída para o encontro até o retorno para pedir ajuda ao familiar. O intervalo entre a morte e a polícia ser avisada foi de aproximadamente cinco horas.
A Polícia Civil investiga o caso como ocultação de cadáver e omissão de socorro, mas o feminicídio também é uma possibilidade em apuração.
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