Advogado diz que homem teve surto ao ver amante morta e busca apoio psiquiátrico
Laudos vão apontar se Raquel morreu por causas naturais ou se foi vítima de feminicídio
Antônio Cipriano da Silva, homem que abandonou o corpo de Raquel Perciliano, de 59 anos, em uma vala na zona rural de Terenos, foi encaminhado para acompanhamento psiquiátrico. Segundo a defesa, ele teve um surto no momento do ocorrido, ficou em choque e não soube como agir, o que o levou a ocultar o corpo da vítima.
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Antônio Cipriano da Silva, suspeito de abandonar o corpo de Raquel Perciliano, 59 anos, em uma vala na zona rural de Terenos, foi encaminhado para acompanhamento psiquiátrico. Segundo sua defesa, ele teve um surto após a mulher possivelmente sofrer um mal súbito durante um encontro íntimo. A Polícia Civil investiga o caso como ocultação de cadáver e omissão de socorro, não descartando a hipótese de feminicídio. Câmeras de segurança registraram o encontro do casal, que durou cerca de 15 minutos. O laudo do Instituto de Medicina e Odontologia Legal será fundamental para esclarecer a causa da morte.
As primeiras informações indicam que Raquel pode ter sofrido um mal súbito, como um infarto fulminante, dentro do carro onde estava com o suspeito em um encontro sexual. No entanto, a polícia não descarta a possibilidade de feminicídio. O laudo do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) será determinante para esclarecer a causa da morte.
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“Ele entrou em desespero, ficou desnorteado. Estava em surto. Não foi algo planejado ou desejado”, afirmou o advogado Ivam Silva, responsável pela defesa do suspeito. Ainda segundo ele, o homem contou o ocorrido para familiares e se apresentou voluntariamente à polícia para relatar o caso. “Encaminhamos ele para o psiquiatra, porque está passando por um momento difícil, está muito abalado", relata a defesa.
O caso – Raquel foi encontrada morta na madrugada de domingo (27), em uma área de mata às margens da MS-355. O corpo estava coberto por um tapete. Antônio, que é irmão de um vereador de Terenos, levou os policiais ao local, reconstruiu o trajeto feito com a vítima e, posteriormente, inconsistências com o depoimento dele foram encontradas.
Imagens de câmeras de segurança mostram que o casal saiu da casa de Raquel por volta das 13h do sábado anterior. Eles seguiram até a região onde o corpo foi achado, trajeto que leva cerca de 20 minutos. O vídeo aponta que o encontro durou aproximadamente 15 minutos e, em seguida, o suspeito retornou sozinho. Não há registros de paradas para socorro.
Inicialmente o homem também afirmou que Raquel teria passado mal e vomitado sangue no carro, elemento que não foi encontrado pela perícia no veículo.
A Polícia Civil investiga o caso como ocultação de cadáver e omissão de socorro, mas o feminicídio também é uma possibilidade em apuração. O laudo necroscópico deverá indicar se havia ferimentos anteriores ou posteriores à morte.
Também foi solicitado um novo exame para verificar a presença de sêmen. O homem contou que manteve relação sexual com a vítima, mas alegou que não houve ejaculação. Segundo ele, esse foi o segundo encontro entre os dois, que mantinham outros relacionamentos. A família de Raquel, porém, afirma desconhecer qualquer vínculo com o suspeito, que ela teria conhecido quando trabalhava na prefeitura da cidade.
A polícia ainda pretende ouvir o marido e os filhos da vítima, após o período de luto, para esclarecer se havia histórico de problemas cardíacos. Também será requisitado o sigilo telefônico dos envolvidos para analisar o conteúdo das conversas trocadas antes da morte.
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