Pistoleiro procurado em 2 países usava documento falso de MS
Wilson Acosta Marques apresentou identidade em nome de parente que morava em Caarapó; ele disse que pagou R$ 600 pelo documento
Preso nesta sexta-feira (29) no Mato Grosso, Wilson Acosta Marques, 48, acusado de ser um dos pistoleiros que mataram o jornalista paraguaio Pablo Medina e a estagiária Antonia Almada, em outubro de 2014, na fronteira com Mato Grosso do Sul, usava identidade falsa emitida pelo cartório de Caarapó (MS).
Wilson Acosta é brasiguaio, ou seja, tem dupla nacionalidade. O irmão dele, Vilmar Acosta Marques, o Neneco, é ex-prefeito de Ypehjú, cidade paraguaia vizinha de Paranhos. Preso em Mato Grosso do Sul em 2015, Neneco cumpre pena de 39 anos de prisão no Paraguai, onde foi condenado como mandante do crime.
Conforme a Polícia Civil de MT, ao ser localizado hoje cedo por policiais de Campo Verde, cidade mato-grossense localizada a 131 km de Cuiabá, Wilson apresentou documento em nome de outra pessoa, nascido em 1978 e natural de Caarapó. Após entrevista na delegacia, confessou que o documento é falso e pertenceria a um parente já morto. Wilson disse que pagou R$ 600,00 pelo documento. O caso será investigado.
Wilson Acosta Marques foi localizado em ação integrada da Polícia Civil de Campo Verde e Polícia Militar. Contra ele existiam mandados de prisão expedidos pela Justiça de Mato Grosso do Sul (comarca de Sete Quedas) e do Paraguai. Acosta estava na “lista vermelha” de procurados da Interpol.
Conforme a polícia mato-grossense, Wilson Acosta foi localizado em uma casa simples, já na zona rural do município de Chapada dos Guimarães, onde mantinha uma borracharia e vivia com a família há dois anos.
O delegado de polícia de Campo Verde Mário Roberto Santiago Junior entrou em contato com a Interpol em Asunción e obteve a informação de que o homem preso responde a diversos crimes no Paraguai, um dos quais as mortes de Pablo Medina Velázquez e de sua assistente, Antónia Marines Almada Chamorro. Após os procedimentos policiais em Campo Verde, o homem foi encaminhado para uma unidade prisional e colocado à disposição do Poder Judiciário.
Narcotráfico – A denúncia do Ministério Público contra os acusados afirma que a morte do jornalista foi motivada por vingança de Vilmar Acosta Marques em represália às reportagens que publicava no jornal ABC Color ligando Neneco ao narcotráfico. Na época, Acosta era prefeito de Ypejhú, cidade vizinha de Paranhos (MS).
Em 16 de outubro de 2014, Medina, Antonia Almada e a irmã dela circulavam por uma área indígena perto de Villa Ygatimi, no Departamento de Canindeyú, quando foram cercados pelos pistoleiros. O jornalista e sua assistente foram mortos a tiros de escopeta calibre 12 e pistolas 9 milímetros. A irmã de Antonia não foi ferida.
Wilson Acosta Marques era o único dos autores da dupla execução ainda foragido. Em janeiro de 2015, o outro pistoleiro, Flavio Acosta Riveros, sobrinho dos irmãos Marques, foi preso em Pato Branco (PR) e atualmente está sob custódia da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR).