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Interior

Polícia procura ex-pistoleiro de Jorge Rafaat, agora a serviço do PCC

Marcio Sánchez Giménez, o “Aguacate”, é acusado de ser responsável pela chacina com seis mortos no dia 22 deste mês

Helio de Freitas, de Dourados | 29/05/2019 09:05
Marcio Giménez chegou a ser preso no ano passado, mas foi solto por juiz de Capitán Bado (Foto: Arquivo)
Marcio Giménez chegou a ser preso no ano passado, mas foi solto por juiz de Capitán Bado (Foto: Arquivo)

Desde ontem (28), policiais paraguaios estão à procura de um dos bandidos mais conhecidos na fronteira, Marcio Sánchez Giménez, o “Aguacate”. Ele é acusado de ser o responsável pela chacina que deixou seis mortos na madrugada de 22 deste mês, em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Apontado como líder de um grupo de pistoleiros na Linha Internacional, Aguacate (abacate, em castelhano) era um dos pistoleiros a serviço do chefe do narcotráfico Jorge Rafaat Toumani, executado em Pedro Juan em 15 de junho de 2016.

Segundo policiais paraguaios, após a morte do patrão, Aguacate passou a trabalhar por conta própria a serviço de traficantes locais até ser recrutado pela facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), atualmente em guerra com o Comando Vermelho e com o grupo do narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão pelo controle do tráfico na faixa de fronteira.

Nesta terça-feira, policiais paraguaios fizeram buscas em três endereços onde Aguacate poderia estar escondido, mas ele ainda não foi localizado. Indícios obtidos por investigadores da Polícia Nacional apontam o bandido como responsável pelo ataque a tiros de pistola e fuzil 5.56 que matou cinco homens, uma adolescente de 16 anos e deixou um menino de um ano e oito meses ferido de raspão.

De acordo com o setor de investigações da Polícia Nacional, as equipes estiveram em um sítio de Aguacate na Colônia Vista Alegre. Havia suspeita de que a armas usadas na chacina estivessem no local, mas nada foi encontrado. Os policiais estiveram em outras duas casas no bairro Jardim Aurora.

A polícia da fronteira afirma que as pessoas mortas na chacina trabalhavam para o grupo de Jarvis Pavão, atualmente recolhido no Presídio Federal de Mossoró (RN). A quadrilha do sul-mato-grossense vem sendo dizimada na fronteira. O PCC estaria por trás das mortes, para eliminar o concorrente no comércio de drogas.

Aguacate chegou a ser preso em agosto do ano passado suspeito de ser o mandante do assassinato de um vereador de Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de Coronel Sapucaia (MS). Entretanto, alguns dias depois um juiz local mandou colocá-lo em liberdade por falta de provas.

Em janeiro deste ano, ele escapou de um atentado a tiros de fuzil na região de Capitán Bado. Aguacate estava em uma caminhonete blindada e não foi atingido pelas balas.

Entre os crimes atribuídos ao escritório de pistoleiros controlado por Aguacate está a execução do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37, no dia 6 de março de 2018 em Ponta Porã. O crime teria sido ordenado pelo narcotraficante Sergio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, aliado do PCC na fronteira. Minotauro está preso no Brasil desde fevereiro deste ano.

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