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Interior

Proliferação de moscas em usina de cana-de-açúcar volta a causar conflitos

Renata Volpe Haddad | 25/06/2015 18:31
Odebrecht Agroindustrial registrou boletim de ocorrência contra possível manifestação. (Foto: Divulgação)
Odebrecht Agroindustrial registrou boletim de ocorrência contra possível manifestação. (Foto: Divulgação)

A proliferação de moscas de estábulos continua causando desconforto para produtores, pecuaristas e moradores de Costa Rica, distante 305 km de Campo Grande. Esse fator contribui com as manifestações feitas por produtores e o possível ato que a população promete fazer em frente a Odebrecht Agroindustrial, no fim de semana.

A unidade de Costa Rica atua na produção de etanol e açúcar, e para que isso aconteça, precisa fazer a moagem da cana-de-açúcar, que acarreta na vinhaça que vira adubo, o que faz com que as moscas de estábulos se proliferem, incomodando assim, produtores e pecuaristas da região.

"As moscas de estábulos geradas a partir da vinhaça, acabam picando os bovinos e incomodando também, o que está causando desconforto em Costa Rica", explica o delegado da Polícia Civil do município, Cleverson Alves dos Santos. Ele afirma que a polícia ainda não recebeu nenhuma notificação em relação a manifestação que pode acontecer no próximo sábado (27).

Fogo no canavial – No dia 14 de junho, um incêndio criminoso destruiu aproximadamente 10 mil hectares, entre cana-de-açúcar da usina, áreas de reserva legal, lavouras e pastagens. A Polícia Civil apurou que um ex-funcionário é o responsável pelo incêndio, mas o caso ainda está sendo investigado. "Chegamos até esse funcionário, mas acreditamos que há suspeita de ter outras pessoas envolvidas que podem ser produtores da região e a qualquer momento podemos concluir o caso, pois já juntamos todas as informações necessárias", afirma.

Conforme informações do funcionário e integrante do Sintrab (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Açúcar, Bioenergia e Etanol e Costa Rica e Chapadão do Sul) José Manoel Inocêncio do Nascimento, os funcionários fizeram uma moção de repúdio em relação ao incêndio que aconteceu no início do mês. "Não sabemos quem foi, mas poderia ter matado alguém, colocou em risco a vida da população, os trabalhadores ajudaram a apagar o fogo, isso prejudicou muita gente, além dos animais que morreram por causa do incêndio", afirma.

De acordo com Nascimento, a usina possui de 50 a 60 mil de hectares e cerca de 1,5 mil hectares de cana-de-açúcar foram queimados. "Ainda estão apurando, mas o incêndio representou a perda de R$ 3,5 milhões", comenta.

Incêndio criminoso destruiu mais de 10 mil hectares de lavoura, cana-de-açúcar, pastagens e áreas de reserva legal. (Foto: Direto das Ruas)
Incêndio criminoso destruiu mais de 10 mil hectares de lavoura, cana-de-açúcar, pastagens e áreas de reserva legal. (Foto: Direto das Ruas)
Um dia depois de fogo criminoso, funcionários fizeram moção de repúdio contra ato que colocou em risco moradores da região. (Foto: Costa Rica em Foco/Divulgação)
Um dia depois de fogo criminoso, funcionários fizeram moção de repúdio contra ato que colocou em risco moradores da região. (Foto: Costa Rica em Foco/Divulgação)

 

Manifestação – Para o funcionário, as manifestações que os produtores já fizeram e que pretendem fazer, se forem pacíficas, a empresa vai acatar. "A empresa já está pulverizando juntamente com a Prefeitura Municipal para diminuir a quantidade de moscas. Elas surgem da cana-de-açúcar e isso incomoda, mas ações estão sendo tomadas para que isso diminua ou acabe", explica.

A usina emprega 1,5 mil funcionários, todos do município. "A Odebrecht veio para ajudar Costa Rica. Acho que 70% da economia é movimentada por causa da usina e direta e indiretamente, cinco mil pessoas se sustentam por causa da Odebrecht", finaliza.

Posicionamento – A Odebrecht Agroindustrial tomou conhecimento da possível manifestação com bloqueio de estradas dos arredores da unidade Costa Rica neste final de semana, e fez um boletim de ocorrência em razão do possível ato. A empresa julga como lamentável a realização das manifestações, já que isso pode acarretar em prejuízos para a usina e para os funcionários.

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