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Interior

Sangue em carro de suspeitos é peça-chave para elucidar morte de Rafaat

Carro estava com brasileiro e paraguaio, presos sexta-feira em Pedro Juan Caballero e liberados no dia seguinte; polícia investiga se veículo foi usado para socorrer pistoleiro que matou chefe do tráfico

Helio de Freitas, de Dourados | 29/06/2016 11:06
Peritos paraguaios analisam Golf com placa de Ponta Porã, apreendido sexta-feira (Foto: ABC Color)
Peritos paraguaios analisam Golf com placa de Ponta Porã, apreendido sexta-feira (Foto: ABC Color)

Apreendido sexta-feira (24) por suspeita de ter sido usado para levar ao hospital o homem que executou o chefão do narcotráfico na fronteira, Jorge Rafaat, o Golf branco placa LRA-7689, de Ponta Porã, pode ser peça-chave para a Polícia Nacional do Paraguai desvendar o ataque, feito por pelo menos 100 pistoleiros. Vestígios de sangue, fios de cabelo e digitais foram recolhidos no veículo e estão sendo examinados em Assunção, capital do Paraguai.

O carro estava sendo conduzido pelo paraguaio Mario Sergio Amaral Flores, 42, que tinha como acompanhante o brasileiro Renato Signoretti, 36, residente em Ponta Porã. Os dois chegaram a ser presos em Pedro Juan Caballero na sexta-feira, mas no sábado foram liberados pelo Ministério Público do país vizinho por falta de indícios que justificassem a prisão.

Na avaliação dos promotores de justiça paraguaios Samuel Valdez e Camila Rojas, os dois foram presos por engano, uma vez que o veículo gravado pelo sistema interno de segurança do hospital de Pedro Juan seria um Siena e não um Golf.

O carro foi flagrado pelas câmeras na noite de 15 de junho, algumas horas após Jorge Rafaat ser morto, no momento em que os ocupantes deixavam Sérgio Lima dos Santos, que manuseou a metralhadora antiaérea calibre 50, usada para perfurar a blindagem do carro de Rafaat.

Ferido por seguranças do traficante, Sérgio recebeu os primeiros socorros em Pedro Juan, em local que a polícia ainda não sabe, e levado para a cidade de Fernando de La Mora, na região metropolitana de Pedro Juan Caballero, onde continua hospitalizado sob escolta de policiais. Na sexta ele tentou fugir, mas os agentes viram quando ele abria as algemas com uma medalha.

Indícios – De acordo com o jornal paraguaio ABC Color, manchas possivelmente de sangre encontradas no carro pelos peritos reforçam as suspeitas de que o Golf pode ter sido o veículo usado para levar o ex-militar brasileiro até o hospital.

Os vestígios estão sendo examinados pelo laboratório forense da Polícia Nacional. Os dois homens, que chegaram a ser presos na sexta-feira, continuam em liberdade.

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