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Interior

Sitiantes denunciam novos ataques em área de conflito com índios

Tensão marcou 1º fim de semana com a presença da Força Nacional; polícia registrou ameaças de invasão e destruição de cercas

Helio de Freitas, de Dourados | 27/01/2020 12:01
Homem da Força Nacional acompanha reunião de produtores, no Sindicato Rural de Dourados, hoje cedo (Foto: Divulgação)
Homem da Força Nacional acompanha reunião de produtores, no Sindicato Rural de Dourados, hoje cedo (Foto: Divulgação)

A tensão continua na área de conflito entre sitiantes e índios em Dourados, a 233 km de Campo Grande. No primeiro fim de semana com a presença da Força Nacional de Segurança Pública enviada pelo Ministério da Justiça, a polícia recebeu denúncias de ameaças de invasão por parte dos índios e destruição de cercas em pequenas propriedades.

A área de conflito fica nos arredores da Aldeia Bororó, perto da Avenida Guaicurus, região oeste do município. No início deste mês, cinco pessoas, sendo quatro índios e um segurança particular, ficaram feridos no confronto que teve troca de tiros e brigas com pedras e paus.

“A situação no final de semana foi bastante tensa, com vários atendimentos da Polícia Militar e da Força Nacional. A maioria das chamadas era sobre denúncias de invasões com instalação de barracos nas propriedades e destruição de cercas”, afirmou ao Campo Grande News o comandante da PM em Dourados, tenente-coronel Carlos Silva.

Carlos Silva e outros agentes da PM e da Força Nacional participaram nesta segunda-feira (27), no Sindicato Rural de Dourados, da terceira reunião com proprietários de sítios e fazendas ameaçados de invasão.

Também estavam presentes o deputado estadual Renato Câmara (MDB), o presidente da Câmara de Vereadores, Alan Guedes (DEM), e o presidente da Associação Empresarial, Nilson dos Santos.

Conflitos – As propriedades cercadas pelos índios ficam entre a reserva indígena e a Avenida Guaicurus - principal acesso ao aeroporto e aos campi da UFGD e da Uems. Outro ponto de tensão fica entre o anel viário e a área indígena, na região norte.

Nesse local, cinco sítios estão invadidos desde março de 2016, quando os índios intensificaram o que chamam de “retomada” das terras. Eles afirmam que as áreas atualmente ocupadas pelos produtores faziam parte da reserva de 3.600 hectares, criada em 1917. Entretanto, até agora não houve perícia para saber se de fato as terras pertencem à reserva.

Em outubro de 2018, as ameaças de invasão chegaram à região oeste, onde pelo menos 30 propriedades estão cercadas por índios da reserva local e de outras regiões de Mato Grosso do Sul.

Nesse local já ocorreram vários confrontos, o mais grave no dia 3 deste mês, com feridos dos dois lados. Os índios acusam os sitiantes de contratar seguranças particulares para atacá-los. Os proprietários afirmam que a presença dos seguranças é a única forma de impedir as invasões.

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