Duas semanas após confronto com índios, PM volta à área disputada
A Polícia Militar voltou hoje às imediações da reserva indígena de Dourados, município distante 235 quilômetros de Campo Grande. No dia 3 de janeiro, confronto teve troca de tiros, deixando 4 índios e um segurança baleados.
A PM faz a segurança de trabalhadores que iniciam o plantio na área de confronto, que fica entre o anel viário e a Avenida Guaicurus, na região oeste do município. Segundo o tenente-coronel Carlos Silva, a polícia foi acionada pelos proprietários de sítios, que alegavam não ter condições de fazer o serviço. "Eles não conseguiam plantar e a PM vai para tranquilizar", justifica sobre o envio de duas viaturas e 9 homens armados.
Os indígenas da etnia guarani kaiowá estão acampados nos arredores dos sítios desde outubro de 2018. Eles reivindicam a inclusão das terras na reserva de Dourados, criada em 1917.
A Força Nacional já foi enviada para o município, onde deve permanecer por 180 dias. A Polícia Federal analisa vídeos do confronto para identificar os responsáveis. Na avaliação do MPF (Ministério Público Federal) os dois lados envolvidos devem ser penalizados pela situação.
De acordo com o procurador Marco Antônio Delfino de Almeida, os dois lados devem ser punidos pelo crime. “Preliminarmente, o MPF entende que o monopólio da força é do Estado e que os envolvidos (indígenas e fazendeiros) devem ser responsabilizados, na medida de sua atuação no conflito".