ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Interior

Sobrevivente de atentado em agosto, indígena é executado a tiros

Vitorino Sanches, 60, morador da Aldeia Amambai, estava na cidade quando foi morto por pistoleiros

Anahi Zurutuza e Helio de Freitas, de Dourados | 13/09/2022 18:42
Vítima caída em calçada logo após levar tiros. (Foto: Aty Jovem Guarani-Kaiowá/Reprodução)
Vítima caída em calçada logo após levar tiros. (Foto: Aty Jovem Guarani-Kaiowá/Reprodução)

Sobrevivente de atentado a tiros no dia 1º de agosto, o comerciante indígena Vitorino Sanches, 60, foi executado na tarde desta terça-feira (13), em Amambai – cidade da região sul de Campo Grande. De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), o homem era uma das lideranças na ocupação da terra chamada pela comunidade de Guapoy, onde meses atrás Vito Fernandes, de 42 anos, foi morto em confronto com o Batalhão de Choque.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, Vitorino era agricultor e tinha um mercadinho na Terra Indígena Amambai.

Nesta tarde, ele foi morto com pelo menos 5 tiros disparados por pistoleiros em uma moto quando estava na Rua General Câmara, na área urbana de Amambai. Ele chegou a ser socorrido e foi levado para o Hospital Municipal pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu.

No início do mês de agosto, ele havia sido ferido com dois tiros no braço esquerdo quando chegava na aldeia em sua caminhonete, uma Toyota Hilux, por volta de 11h.

Pelo menos 15 tiros atingiram o veículo. Testemunhas afirmam que os atiradores estavam em uma moto Honda Biz vermelha. Depois de ser socorrido, Vitorino teve alta no dia seguinte.

À época, a Polícia Federal informou ao Campo Grande News que acompanhava os fatos, mas que a investigação estava a cargo da Polícia Civil. Por meio da assessoria de imprensa, a Superintendência da PF em Mato Grosso do Sul informou que os indícios apontavam para crime comum e não contra a comunidade indígena.

Segundo os moradores ouvidos pela reportagem no início do mês, Vitorino não tinha ligação com o grupo que ocupou a Fazenda Borda da Mata, onde Vito Fernandes foi morto no dia 24 de junho. Ele, contudo, também conforme a apuração, era apoiador do movimento de retomada de terras reivindicado por parte da comunidade.

Nos siga no Google Notícias