“Tragédia isolada”, diz prefeito sobre jogador esquartejado e jogado em rio
Hugo Vinícius ficou desaparecido por sete dias, após sair de uma festa no Paraguai
A morte do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, de 19 anos, “chocou” toda a cidade de Sete Quedas, a 468 km de Campo Grande. Na visão do prefeito Francisco Piroli (PSDB), a cidade é tranquila e essa foi uma tragédia isolada.
“Estávamos até falando que a nossa cidade estava em paz. Jamais passaria na cabeça de alguém que isso poderia acontecer. É uma tragédia isolada. Ninguém está livre de nada, foi uma surpresa”, ressaltou.
Ainda de acordo com Piroli, quando o velório for marcado, será decretado luto por um dia. Além disso, segundo ele, a Prefeitura de Sete Quedas está oferecendo todo o apoio para as investigações.
Ao ser questionado sobre as famílias e os envolvidos, Francisco prefere não comentar muito afundo, pois diz que conhece os dois lados. O prefeito fica até sem reação quanto ao caso.
“Não tem nenhum ser humano hoje que consegue explicar o que aconteceu. São famílias decentes dos dois lados. Não dá para acreditar. Foi uma casualidade que chocou. Tomar uma atitude dessa não tem explicação”, lamentou.
O caso – Hugo desapareceu no dia 25 de junho e partes do corpo foram encontradas no dia 2 de julho, no Rio Iguatemi, em Sete Quedas.
Ele tinha saído de uma festa em Pindoty Porã, no Paraguai, e foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e desde então não foi mais visto.
De acordo com informações da polícia, o jogador foi morto com três tiros, pelo menos um deles na cabeça, e esquartejado com uma serra elétrica. As apurações levam a crer que se trata de crime passional.
Atualmente, a ex-namorada da vítima Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, está presa. A polícia trabalha com a hipótese de ela estar envolvida em plano para matar o jogador, mas ela nega ser a mandante do crime, ter armado para Hugo ter ido até a casa dela e também ter ajudado a “dar fim” ao corpo do rapaz. Danilo Alves Vieira da Silva, 19 anos, que seria “ficante” de Rúbia também está sendo investigado.
A Polícia Civil trabalha nesta quarta-feira (5) em reconstituições do crime contra o jogador. As cenas descritas por Rúbia e também por um amigo dela, conhecido como “Maninho”, ouvido como testemunha, serão simuladas na casa da jovem.
Depoimentos - A ex-namorada contou à polícia que estava em casa com Danilo quando Hugo teria invadido a residência e entrado no quarto dela, a xingando de vagabunda. Houve discussão e ela se levantou para empurrá-lo para fora de casa, quando de repente, pelas suas costas, Danilo atirou contra Hugo.
Ela diz que Danilo mandou que todo mundo ficasse quieto ou todos morreriam e que, então, ele e o amigo dela colocaram o corpo no carro de Rubia para se livrarem. Ela disse também que não sabia o que havia sido feito do cadáver.
Por outro lado, Maninho diz que estava dormindo quando ouviu a discussão e, em seguida, barulho de tiro. Quando foi verificar o que tinha acontecido, encontrou Hugo caído no chão, mas ainda respirando.
“Maninho” afirma que foi ameaçado pelo autor que estava armado e o ajudou a pegar a vítima pelas pernas e colocar no veículo da jovem. Depois, os dois seguiram até o local onde Hugo foi jogado e lá, Danilo deu mais dois tiros.
Além disso, Maninho afirma que viu o cadáver da vítima desaparecer no rio e que ele não estava esquartejado.