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Cidades

Procuradores vão relatar a Dilma que índios de MS vivem em isolamento

Gabriel Neris e Helton Verão | 28/11/2012 20:02
Comissão durante entrevista coletiva na sede da Procuradoria da República em MS (Foto: Helton Verão)
Comissão durante entrevista coletiva na sede da Procuradoria da República em MS (Foto: Helton Verão)

Os representantes da 6ª CCR (Câmara de Coordenação e Revisão) do MPF (Ministério Público Federal) comentaram a situação, considerada precária, de uma das aldeias indígenas visitadas em Mato Grosso do Sul. Conforme o relatório, que será apresentado a presidenta Dilma Rousseff, os índios Guarani-Kaiowá da aldeia Arroyo Corá, localizada na região de Paranhos, vivem em situação de isolamento.

“Eles não têm o direito de ir e vir, que é de todo cidadão, porque estão todos isolados. Estão em reservas legais e sem a possibilidade física de sair dali”, argumenta Emerson Siqueira, procurador da República de Mato Grosso do Sul.

De acordo com Siqueira, os indígenas estão utilizando pouco mais de dois hectares, área considerada apertada, e pedem saúde, educação e comunicação. “Eles estão apertados, vivendo em área indígena semelhante do Rio Grande do Sul com população indígena do Norte do país”, compara.

“Não é normal a situação de viver tomando tiro e recebendo ameaça, sem poder dormir”, complementa.

Esta foi a primeira vez que um subprocurador da república visitou as aldeias, a pedido dos próprios indígenas. Durante a visita foi analisado como vivem e qual é a rotina dos índios na região.

Durante entrevista coletiva, na sede da Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul, estiveram presentes representantes da 6ª CCR, da Subprocuradoria Regional da República, da Polícia Federal, da Funai (Fundação Nacional do Índio), da comissão dos direitos humanos de Minas Gerais, e do MPF. Os subprocuradores comentaram em políticas públicas para resolver a questão. Medidas práticas serão estudadas pela comissão para fazer exercer os direitos dos indígenas.

Gilda Pereira Carvalho, integrante da 6ª CCR do MPF, afirmou que os relatórios devem chegar nas mãos da presidente Dilma, da presidente nacional da Funai, Marta Maria do Amaral Azevedo, e retornarão para as prefeituras. Ela comentou que esperava encontrar uma situação precária, mas se diz impressionada com a força da vontade dos índios. “Falavam muito em dignidade, e diziam que querem fazer o direito deles”, comentou.

A comissão visitou ainda as aldeias Ypo’í, também na região de Paranhos, e Pyelito Kue, em Amambai. Gilda contou que os indígenas estão animados, falavam em educação e que pretendem fazer cursos técnicos para aprimorar os conhecimentos.

Emerson Siqueira explicou ainda que as tribos dos Arroyo Corá estão com processo judicial adiantado no STJ (Supremo Tribunal de Justiça).

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