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Cidades

Produtores rejeitam R$ 80 milhões e querem saída de índios de terras

Aliny Mary Dias e Leonardo Rocha | 18/06/2014 08:49
Fazenda Buriti, ocupada em maio do ano passado por indígenas (Foto: Cleber Gellio)
Fazenda Buriti, ocupada em maio do ano passado por indígenas (Foto: Cleber Gellio)

Marcadas para esta quarta-feira (18) em Brasília, duas reuniões entre representantes dos produtores rurais, que ocupam parte da Reserva Buriti em Sidrolândia, a 71 quilômetros da Capital, de órgãos federais e do Ministério da Justiça são consideradas como última tentativa de acordo. Conforme os produtores, não será aceita oferta do Governo Federal inferior aos R$ 124,5 milhões e se não houver acordo, os ruralistas irão pedir reintegração de posse das terras ocupadas por indígenas há um ano.

O último valor oferecido pela União aos produtores foi R$ 80 milhões, valor menor do que os R$ 130 milhões, incluindo R$ 124,5 milhões das terras e R$ 5,5 milhões de benfeitorias, valor presente no laudo paralelo produzido por uma empresa privada contratada pelos produtores.

Na primeira reunião de hoje, o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Eduardo Riedel, representará os produtores em encontro com o assessor especial do Ministro da Justiça, Marcelo Veiga. No período da tarde, outro encontro será feito com o ministro Miguel Rossetto, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams e o presidente nacional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Carlos Guedes de Guedes.

Ainda segundo os produtores, se não for oferecido o valor pedido pelos ruralistas, eles prometem retomar ações na Justiça Federal e enquanto os processos são julgados, pedirão reintegração de posse imediata dos 15 mil hectares envolvidos no conflito.

Em agenda pública nesta quarta-feira (18), o governador André Puccinelli (PMDB) ressaltou a importância de elevar o valor oferecido pela União. Segundo ele, o aumento de R$ 2 milhões ofertados na última rodada de negociações é “deboche”.

“Os últimos julgamentos não reconhecem a terra como indígena e a área tem que ser mais valorizada. Não acho que é má vontade e sim incompetência. Os métodos que estão sendo usados são técnicos, então esse valor precisa ser maior”, diz Puccinelli que afirma ainda que já entrou em contato com ministros envolvidos na negociação e que pediu revisão do valor.

Impasse - Conforme já divulgado pelo Campo Grande News, há uma cobrança da presidente Dilma Rousseff (PT) para que o caso seja resolvido de forma rápida. As negociações duram mais de um ano, e no dia 31 de junho vence o prazo para que o pagamento seja incluído nos precatórios e o dinheiro saia em 2014. Caso contrário, só em 2015.

De um lado, os produtores rurais não abrem mão dos R$ 124 milhões, apresentados no laudo elaborado por uma empresa particular. Do outro, o Incra, autor do estudo que estipulou a indenização, inicialmente, em R$ 78 milhões que, em seguida, subiu para R$ 80 milhões, após negativa da classe produtiva.

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