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Cidades

Circuito interno mostra momentos de desespero em escola do Rio de Janeiro

Angela Kempfer | 08/04/2011 08:40
Vídeo registrou correria em corredores de escola.
Vídeo registrou correria em corredores de escola.

Vídeo divulgado pelo Jornal O Dia do Rio de Janeiro mostra os momentos de terror vividos por alunos de escola municipal do Realengo, onde 10 meninas e dois garotos foram assassinados ontem pelo ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira.

O caso chocou o País e foi registrado pelo circuito interno de TV. Novos relatos, mostram o desespero das crianças e professores que estavam na manhã de ontem na escola, quando o jovem invadiu sala de aula atirando.

Aluna que presenciou o massacre contou ao jornal O Estado de São Paulo que recorreu a uma caneta para dar vazão ao medo. "Para me acalmar, fiquei desenhando na minha mão", contou a estudante identificada como Jade.

Ela diz que só saiu da sala depois de ser encontrada pelo irmão mais velho. "Meu irmão saiu batendo de porta em porta e conseguiu me pegar. Eu só escutava gritos. Parecia uma cachoeira de sangue nas escadas", contou a aluna da 6° série.

"Agradeço aos policiais que salvaram a minha vida (porque) ele ia encurralar todo mundo lá em cima. Ele gritava: 'Vira para a parede que eu vou te matar'. E atirava. Tive muito medo de ele me matar", contou Jade.

Tratado como herói por ter evitado uma tragédia ainda maior na Escola Municipal Tasso da Silveira , o 1º sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, do Batalhão de Policiamento Rodoviário da Polícia Militar, falou em tom de lamento ao Jornal O Globo.

"Só lamento não ter chegado uns cinco minutos antes na escola. Poderia ter evitado tantas mortes de crianças. Não me sinto herói. Fiz o que aprendi: proteger a sociedade. A sorte das crianças que sobreviveram foi estarmos próximo dali trabalhando numa blitz. Tenha certeza de que, se não fôssemos rápidos, aquele atirador teria matado muito mais jovens. Evitamos que ele subisse para o terceiro andar, onde muitas crianças estavam apavoradas - contou o militar, há 18 anos na PM, casado e pai de um garoto de 12 anos. - Meu filho ouviu minha voz na televisão, correu, me viu e ligou chorando. Ele ficou traumatizado, mas eu garanti que ia para casa dar muitos beijos e abraços nele.

O coordenador da equipe que fazia uma fiscalização de rotina contra o transporte clandestino a duas quadras da Escola Tasso da Silveira, o major Fernandes disse que o sargento Alves foi o herói da tragédia.

"O sargento evitou uma tragédia maior. Ele rendeu e baleou o psicopata, quando ele parou na escada para municiar os revólveres para matar mais estudantes nas salas do segundo andar da escola. O sargento foi o herói desta história triste", disse o major reformado.

Fernandes comandava as três equipes do Detro, com apoio de policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária da PM. Eles foram alertados por um estudante que acabara de ser baleado pelo atirador:

"O menino sangrava na cabeça. Chorando muito, gritou que um homem invadira a escola e estava atirando nos alunos. Pedi para socorrerem o jovem num dos carros, e outros dois seguiram com os PMs e os demais fiscais para a escola. Ainda chegaram a ouvir tiros".

Segundo o major, o atirador acabara de sair da sala de aula onde atirou nos estudantes, quando os PMs e os fiscais chegaram à escola:

"Ele municiava os revólveres quando o sargento ordenou que ele se rendesse. O psicopata ameaçou uma reação, foi baleado, caiu e depois se suicidou. Se nós não estivéssemos por perto, ele certamente teria matado mais estudantes, porque tinha muita munição mesmo depois de ter feito vários disparos - contou o major".

Recado - Wellington deixou uma carta, em que deixou até instruções sobre quem poderia mexer em seu corpo e como ele deveria ser enterrado, além de pedir que orem por ele e que sua casa seja doada para alguma instituição que cuide de animais abandonados.

Leia a íntegra:

Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me

tocar sem usar luvas, somente os castos ou os que perderam suas

castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão

me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adultero poderá

ter contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em

meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem

sem sua permissão, os que cuidarem de 'meu sepultamento deverão

retirar tod~ a minha vestimenta, me banhar, me secar_~l1le ~nvolver

total~ente despido em um lençol branço que esta nesse prédio, em uma

bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me

envolverem nesse lençol poderão me colocar em meu caixão. Se

possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe , .

dorme, minha mãe se chama Dicéa Me~ezes de Oliveira e esta sepultada

no cemitério Murundu. Preciso da visita de um fiel seguidor de Deus em

minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de

minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando

para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida

eterna.

-, .

••...•.•• ~<..-. ..>

Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum fàmltiar precisa,

existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que ,.

cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu

passei meus últi~os meses seja doado à uma dessas instituições, pois os

animais são seres muito desprezados e precisam muito mais de proteção

e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder

se comunicar, trabalhar para se sustentar, os animais não podem pedir

comida ou trabalhar para se alimentarem, por isso, os que se

apropriarem de minha casa, eu peço por favor que tenham bom senso e

cumpram o meu pedido, pois cumprindo o meu pedido,

automaticamente estar~o cumprindo a vontade dos pais.que desejavam

passar esse imóvel para meu nó1ne~',todos sabem d!sSõ, senão

cumprirem meu pedido, automaticamente estarão desrespeitando a

vontade dos pais, o que prova que vocês não tem nenhuma

consideração pelos, nossos .pais que já dormem, eu acredito que todos

vocês tenham alguma consideração pelos nos nossos pais, provem isso

fazendo o que eu pedi.

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