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Em Pauta

120 anos e 40 esposas, os 1ºs relatos sobre indígenas idosos

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 29/05/2025 07:20
120 anos e 40 esposas, os 1ºs relatos sobre indígenas idosos
Um dos primeiros retratos de velhos moradores do Brasil foi feito, em 1.556, por Jean de Léry, um jovem seminarista francês que veio com um grupo de protestantes. Léry via os filhos índios como seres superiores. Considerava-os: “mais fortes, mais robustos, mais entrocados, mais bem dispostos e menos sujeitos às doenças havendo muito pouco coxos, disformes, aleijados ou doentios”. O francês também afirmava que muitos chegavam aos 120 anos. E sabiam contar os anos de vida pelas mudanças lunares. Poucos tinham cabelos brancos ou grisalhos, o que demonstra o bom clima da terra sem geadas ou frios excessivos.


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Antropófagos e tinham vida sexual.

O teólogo associava a longevidade ao desconhecimento do que, segundo ele, causava o envelhecimento nas cidades europeias: “a desconfiança, a avareza, os processos e intrigas, a inveja e ambição”. Os velhos indígenas fumavam, bebiam, eram antropófagos, porém tinham atividade sexual e formavam um conselho a fim de orientar o cacique. Eram respeitados e obedecidos.


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Os “mussucá” eram encarregados de receber os estranhos.

As regras de civilidade exercidas pelos indígenas idosos chamavam a atenção do europeu. Uma delas dizia respeito à recepção dos estrangeiros. Segundo Léry, os anciãos afugentavam as crianças curiosas para que os estrangeiros pudessem comer em paz. Sentados no chão, os visitantes eram servidos de “caça, aves, peixes e outros manjares regados a cauim”. O espírito de acolhimento prosseguia com o “velho" mandando armar uma bonita rede branca e acender três ou quatro fogueiras em torno da rede por causa da umidade e tradição. E a frase de tranquilidade: “Descansai bem”.


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Longevidade e muitas esposas.

Um dos maiores problemas dos europeus com os indígenas era a poligamia. A hipocrisia permeava as relações entre europeus e indígenas. Não aceitavam que os moradores da terra tivessem muitas mulheres, mas era comum um europeu tê-las em grande quantidade. Os primeiros relatos mostram a perplexidade com a longevidade indígena e com o fato de que muitos tinham 120 anos e 40 esposas. O número de filhas também era elevado. Quanto mais filhas, melhor, pois, pelo casamento delas, os caciques eram mais honrados pelos genros, que tinham de demonstrar absoluta obediência.


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Sai a velha, entra a nova.

Caciques com muitas mulheres trocavam as velhas companheiras por novas. As novas deveriam obedecer as velhas, que seguiam dormindo numa rede ao lado do marido. As novas dormiam dentro da rede do cacique.  A troca se fazia sem ressentimentos.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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