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Em Pauta

Amor na guerra, a paixão do Ten. Taunay pela Índia Antônia

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 30/07/2025 07:52
Amor na guerra, a paixão do Ten. Taunay pela Índia Antônia

Alfredo D’Escragnole Taunay, bacharel em Ciências e Letras, cursava o último ano de Engenharia Militar quando foi convocado para entrar na campanha da Guerra do Paraguai, como membro da Comissão de Engenharia. Acompanhado do capitão Lago, fez o reconhecimento do terreno a ser percorrido pelo exercito, saindo de Coxim, rumo ao Pantanal com destino à cidade de Miranda.


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Três meses em Miranda.

Chegando à Miranda, após uma viagem de martírios e muito fome, encontraram-na arrasada pelos guaranis de Solano Lopez. Em pleno Pantanal, Miranda tinha sido desaconselhada pela Comissão de Engenheiros pois temiam a maleita, o beribéri e a varíola que causavam grandes baixas entre os soldados. Apesar disso, a tropa brasileira ficou ali por três meses.


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A chegada no acampamento dos refugiados.

Sempre em campanha, trotando seu burro Paissandu, Taunay chegou ao acampamento dos Morros, onde os moradores de Miranda e muitos indígenas terrenas tinham se refugiado. Cadivéus, terrenas, quininquianaus, laianas, guaxis e guaná, todos odiavam os guaranis e se irmanavam aos brasileiros.


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Uma caravana traz Antônia.

Na estação das chuvas intermináveis, um dia o sol se abriu à tardinha. Foi então que chegou uma caravana de indígenas trazendo Antônia ao acampamento dos Morros. Graciosa, com dezesseis anos, montada em boi manso, fora levada pelo pai e família.


Amor na guerra, a paixão do Ten. Taunay pela Índia Antônia

Amor, amor, amor.

Ao vê-la, Taunay se encantou pela morenice faceira da Índia guaná e idealizou conquistá-la. “Tão sedutora me pareceu que fiquei tolhido de surpresa e de admiração e de súbito inflamado”, escreveu Taunay anos depois desse encontro. Ele envia um emissário ao pai de Antônia para negociá-la. O velho guaná impõe condições pesadas para ceder a filha.


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As exigências para ter o amor de Antônia.

Taunay concorda com as exigências e paga um saco de feijão, outro de milho, dois alqueires de arroz, uma vaca de corte e um boi de montaria. Para agradar a jovem e conquistar-lhe o coração a presenteia com um colar de contas de ouro. Então passaram a viver juntos. Apaixonaram-se perdidamente. “Foi das mulheres a quem mais amei”, escreveria o tenente famoso.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.