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Em Pauta

Carne podre, uma picanha em três dimensões

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/03/2017 08:41
Carne podre, uma picanha em três dimensões

Primeira dimensão - A faca desce macia, cortando sem esforço o pedaço de picanha. Dourada e crocante nas bordas, tenra e úmida no centro. Você põe a carne na boca e mastiga devagar. Sente a maciez, o tempero, a temperatura. O sumo que escorre dela enche a boca e, com ele, o sabor incomparável. A carne é deliciosa.

Segunda dimensão - Ela vê a picanha e enxerga o sofrimento do boi. No prato jaz um pedaço de músculo, amputado da região pélvica de um animal bem maior que você. Com a faca, você serra os feixes musculares.

A seguir, coloca o tecido morto na boca. As fibras musculares são picadas em pedaços. Sim, meu caro, por mais que você odeie pensar que o pedaço de picanha tenha sido um animal um dia, você está comendo um cadáver.

Terceira dimensão - a picanha perdeu o prazo de validade e foi reembalada pelo frigorífico. Continha excesso de água. Colocaram excesso de ácido ascórbico, um produto cancerígeno, que disfarça a putrefação da carne. Isso mesmo, 32 frigoríficos vendiam carne podre e altamente cancerígena. Deve ser por falta de picanha.

No Brasil há 172 milhões de picanhas, quase uma para cada brasileiro. E os 36 envolvidos nas fraudes, levaram para seus cofres 20 mil picanhas? Vai comer picanha assim lá na #~£+#%<¥.

Carne podre, uma picanha em três dimensões
Carne podre, uma picanha em três dimensões

Pequenos animais. Amamos uns e comemos outros. O paradoxo da carne.

Adoramos cães e gatos, e qualquer um se horroriza diante da possibilidade de matá-los. No entanto, não estranhamos o hábito de comer outros pequenos animais também sensíveis, afetivos e inteligentes.

Pense em um porquinho. Talvez já esteja ficando com água na boca só de imaginar o pernil crocante, as costelas suculentas, o presunto saboroso e a linguiça apimentada. A FAO relata que a carne suína é comercializada em mais lugares do mundo do que qualquer outra, respondendo por 36% de todo o consumo carnívoro. Cada chinês come 46 quilos de carne suína por ano. Todavia, algumas pessoas consideram o porquinho um animal de estimação adorável.

Sociáveis, afetivos e muito mais limpos do que sua deputação sugere. Eles são muito inteligentes e adoram carinho. Porquinhos adoram brincar correndo atrás de crianças e de objetos. Descobrem como operar termostatos em suas celas de confinamento.

E são capazes até de aprender jogos simples de computador, uma façanha que se aproxima a dos chimpanzés e de algumas pombas. Um estudo de poucos anos atrás mostrou que eles são capazes de compreender gestos humanos, como, por exemplo, o de apontar para frente ou um lado. Muito semelhante aos cães.

Se nesse ponto você está começando a se sentir incomodado em relação ao seu sanduíche de bacon, saiba que não está sozinho. Esse incômodo é inerente aos humanos. Segundo os cientistas, se origina de um fenômeno denominado "paradoxo da carne".

Os estudos revelaram que utilizamos uma série de artifícios mentais para distinguir animais que amamos daqueles que comemos com o objetivo de tornar ideias não palatáveis mais fáceis de engolir. Em bom português: enganamos-nos para atenuar a culpa.

Em um nível mais profundo, a enganação que nos submetemos é proveniente de um longo processo cultural. O outro truque que inventamos para ludibriar nossos cérebros para comer os pequenos animais é o da "camuflagem linguística". Não chamamos a carne pelo nome real do animal ao consumi-lo. Falamos em bacon, carne suína...

No século XVIII, o povo japonês chegou a ponto de renomear a carne de cavalo, que consumiam em grande quantidade, chamando-a de "cereja". A de veado, passou a ser "bordô" e a de javali, "peônia".

Carne podre, uma picanha em três dimensões

Tem brasileiro no Prêmio Nobel dos Professores.

Em Dubai, no domingo, será escolhido o Prêmio Nobel dos Professores (Global Teacher Prize). Os critérios para selecionar os dez finalistas - concorreram 200.000 professores, de 179 países - passam pela forma inovadora de ensinar, o efeito que suas aulas para os alunos, como se relacionam com a comunidade onde vivem e seu possível impacto global.

A cerimônia tem uma aura hollywoodiana. Nela estarão 5 homens e 5 mulheres provenientes do Brasil, Inglaterra, Canadá, Espanha, Austrália, Jamaica, Quênia, China, Alemanha e Paquistão.

O brasileiro é o professor de ciências Wemerson da Silva Nogueira. Seu projeto de educar jovens preocupados com o meio está ligado ao poluído Vale do Rio Doce, no lado do Espírito Santo. Com seus alunos, construiu um filtro a base de areia que retira grande quantidade de manganês e ferro, os elementos poluidores do rio morto.

Carne podre, uma picanha em três dimensões

Os impostos mais estranhos do mundo.

Carne podre, uma picanha em três dimensões

Imposto da mulher pelada.

Desde 2007 todas as casas que tenham strip tease e, ao mesmo tempo, venda de bebidas alcoólicas no Texas (EUA), pagam um imposto de 5 dólares por cliente. O objetivo da taxa é angariar dinheiro para o combate ao assédio sexual e para auxiliar as despesas governamentais com a saúde em geral.

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