Como deixamos de trabalhar 16 horas e passamos às 8 atuais
Durante milênios, os humanos trabalhavam de 12 a 16 horas diariamente. Não existia um só dia de descanso, trabalhavam de domingo a domingo. A primeira grande mudança, como muitas outras, se deu com o Imperador Romano Constantino. Em 7 de março de 321 d.C., estabeleceu o domingo como um dia de descanso com o objetivo de venerar o Deus Sol Invictus. Como Constantino, a seguir, passaria a cultuar o Deus dos cristãos, o domingo, que era tido como o dia da ressurreição de Jesus, continuou sendo um dia sagrado, sem trabalho.
O sábado de descanso.
Henry Ford foi um homem extremamente complexo. Ao mesmo tempo que idolatrava Adolf Hitler, enviando uma mala de dinheiro para o então candidato alemão, em 1.926, instituiu o sábado livre, sem redução salarial. Essa decisão, embora não tenha sido a pioneira, teve grande impacto e se tornou popular. Se baseava na crença originária das ideias de Adam Smith de que um trabalhador que descansa mais é mais produtivo.
Owen: trabalho, creche e cooperativismo.
O galês Robert Owen era coproprietário de uma fábrica em New Lanark, uma vila na Escócia. Ali reduziu a jornada de trabalho para 10,5 horas diárias - um avanço para a época em que um operário têxtil trabalhava de 14 a 16 horas. Preocupou-se ainda com a qualidade de vida de seus empregados, construindo casas para suas famílias, a primeira creche na Grã Bretanha (a primeira creche da história foi construída por Carlos Magno), e a primeira cooperativa. Owen também abriu uma loja onde as pessoas podiam comprar produtos de boa qualidade por pouco mais do que o custo do produto.
A Meca da mudança social.
Esses princípios se tornaram mundialmente famosos. Até um cruel czar da Rússia foi conhecer o experimento social de Owen. A vila virou um lugar de peregrinação. Mas Owen daria uma volta de 180 graus em sua vida. Liberal atuante, passou às hostes do socialismo. Foi para os Estados Unidos organizar a “New Harmony”, uma colônia socialista que não obteve êxito. Mas sua proposta de jornada de trabalho prosperou no mundo. Em 1.810, levantou a demanda por uma jornada de trabalho de oito horas, oito de descanso e oito de recreação.
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