Futuro dos Empregos e a programação de computadores nas escolas
A quarta revolução industrial ameaça milhões de empregos. Inteligência artificial, robótica, impressão 3D e a nanotecnologia deverão provocar perda líquida de cinco milhões de empregos nos próximos cinco anos. Tal perda ocorrerá em quinze países, incluindo o Brasil. Essa é a recente avaliação do Fórum Econômico Mundial. Seus organizadores estimam que, dos imensos desafios que o mundo enfrenta hoje, o mais inquietante, talvez, seja moldar a nova revolução industrial. Afirmam que essa nova revolução terá impacto nos modelos de negócio e nos mercados do trabalho. Afetará todos os setores e regiões geográficas.
O Brasil figura ao lado da África do Sul, Itália e Sudeste Asiático na lista de países e regiões onde a quarta revolução industrial terá impacto predominantemente negativo no mercado de trabalho. Estima-se uma perda líquida de 5% a 6% dos postos de trabalho brasileiros. A principal aposta das empresas brasileiras para fazer frente aos desafios tecnológicos tem sido os investimentos na qualificação e preparação de seus funcionários para as novas tecnologias. Esse é um esforço necessário, porém isolado.
O texto do "Futuro do Trabalho" não deixa dúvida, diz que o ritmo das mudanças, com perdas de postos de trabalho, deve acelerar nos próximos anos. O relatório observa que, em muitos países e indústrias, a maioria das especialidades simplesmente não existia apenas dez anos atrás. Também traz uma previsão preocupante: 65% das crianças que chegam ao ensino fundamental hoje vão acabar trabalhando com sistemas e processos informatizados que ainda não existem.
Os países e regiões que se prepararam para essas mudanças incluíram, como obrigatório, o estudo de programação de computadores para crianças e jovens, em seus currículos escolares. Mesmo as regiões mais longínquas dos centros de excelência em informática, começaram, há alguns anos, a exigir o estudo de programação em todas as escolas. É claro que nossos educadores estão abarrotados de "tarefas transcendentais" como o ensino de tudo que era importante há 168 anos atrás, a matriz de nossa educação é a revolução prussiana de 1848. Afinal, nossas crianças e jovens devem estar com os olhos voltados para o retrovisor e jamais para o futuro. Essa não é uma tarefa apenas para o governo federal. Dele, nada se espera em muitos anos.
O futuro dos empregos decidirá nossas vidas. A desigualdade crescerá ainda mais.
A reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, uma estância Suíça, traz notícias preocupantes para todos. "62 pessoas têm um patrimônio igual à metade da população mundial" e " a riqueza acumulada por 1%, os mais ricos, superou a dos restantes 99%", já em 2015, um ano antes do que era esperado. A desigualdade tem aumentado de forma dramática, sobretudo no ano passado. Há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas, e não de 62, que se equiparava ao rendimento da metade mais pobre do planeta.
Esse encontro da elite mundial em Davos é mais uma oportunidade para lembrar o crescente fosso entre ricos e pobres. Mas esse não é o principal tema tratado pelos ricos. O tema do Fórum Econômico Mundial, cuja participação custa US$ 25 mil, é o da Quarta Revolução Industrial. De que forma a inovação tecnológica afetará as estruturas das diferentes economias do mundo? Até que ponto a inteligência artificial e a robótica afetarão a nossa vida? As respostas estão longe de existir. Só é possível ter certeza da necessidade de uma imensa reestruturação do que nossas crianças e jovens necessitam aprender.
Carl Benedikt Frey e Michael Osborne, da Universidade de Oxford, preveem que cerca de 45% dos postos de trabalho nos Estados Unidos possam ser ocupados por máquinas. É de um impacto brutal no mercado laboral de que falamos, ao mesmo tempo que desejamos a chegada, mais dia menos dia, dos carros sem motorista. É sempre de produzir mais com menos pessoas de que se fala. Davos nunca decide nada. Mas é, sem dúvida, muito importante que se discuta o futuro e que nós, mesmo em um estado periférico, busquemos as alternativas. O risco com o desenvolvimento de novas tecnologias para nossa economia é muito grande. Esse risco ainda não beliscou a confiança das empresas e das famílias. Mas deve ser um motivo de preocupação. É, afinal, o futuro dos empregos que decidirá nossas vidas. A desigualdade crescerá ainda mais. Chance para escapar dessa crise? Por enquanto, a prevenção indica o caminho da reforma educacional.
Idosos: vacina contra a pneumonia.
O aumento da idade média da população brasileira tem chamado a atenção de muitas empresas. Agora, além da tradicional vacina contra a gripe, foi lançada a vacina contra a pneumonia. A farmacêutica Pfizer lançou a Prevenar 13 para atender esse mercado. De acordo com o Datasus, a pneumonia é responsável por 650.000 hospitalizações por ano no Brasil. Como essa vacina não deverá ser fornecida pelo SUS, teremos de arcar com aproximadamente R$200 pela dose.
Aniversários de Jesus e de Maomé quase coincidiram.
Há 500 anos não acontecia uma proximidade dessas duas datas - o nascimento de Jesus e de Maomé. Os fiéis das duas religiões comemoraram na quinta-feira e na sexta-feira (25/12 e 26/12) os aniversários dos fundadores do cristianismo e do islamismo. Para entender: os cristãos seguem o calendário gregoriano que tem o 25 de dezembro como a data fixa para as celebrações do nascimento de Jesus, enquanto os mulçumanos seguem o calendário islâmico, com 12 meses lunares e o ano deles é de 354 ou de 355 dias. A festa islâmica, denominada Id Mawlid, aniversário do profeta, é celebrada no décimo segundo dia do terceiro mês do calendário mulçumano. Todos os anos o calendário lunar-islâmico se adianta cerca de dez dias em relação ao solar-cristão, razão pela qual as principais datas do islamismo são móveis e não coincidem com o calendário gregoriano.
A festa dos cristãos é pública e comercial e a dos mulçumanos é recolhida dentro das residências.
A festa natalina, nos últimos anos, saltou o Mar Mediterrâneo e é comemorada nos países do norte da África, de quase totalidade mulçumana, sobretudo no Marrocos. Não que os mulçumanos celebram uma data cristã, mas, de alguma maneira, o espírito natalino, pelo menos sua parte mais comercial, está nas ruas até com Papai Noel em algumas lojas.
Paradoxalmente, o aniversário do nascimento de Maomé passa quase despercebido nas ruas mulçumanas, uma festa invisível que se passa dentro de casa, contrastando com as grandes datas do calendário islâmico, como o Ramadã e o Id Al Fitr, o dia do carneiro, que assinala o fim do jejum. Apenas sândalo e incenso é mais vendido que em outros dias, serão usados nas casas e nas mesquitas. Nos últimos anos, tem ganhado peso a leitura salafista do Islã. Esse entendimento islâmico é exportado da Arábia Saudita e comanda rigor extremado nos hábitos e costumes da população. A celebração de festas é vista com maus olhos pelos radicais que pretendem "limpar o Islã de impurezas".
A veneração de Maomé por esse entendimento extremado é considerada uma "bida" - uma inovação que se afastaria da "norma" - e, embora não caia na categoria de heresia é condenada por muitos mulçumanos. O salafismo é obcecado com o monoteísmo, opõe-se a qualquer culto ou veneração a Maomé, que seria "apenas um mensageiro de Deus".