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Em Pauta

Presídios: é sempre mais do mesmo

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/01/2017 07:12
Presídios: é sempre mais do mesmo

É sempre mais do mesmo. Mais polícia, mais presídio, mais carros, mais armas,mais isto, mais aquilo. Mais balela. Para nós, é sempre menos. Menos segurança, menos humanidade, menos civilização. Esqueçam. Mais presídios que funcionem como esses que estão aí não resolverão nada.

Até hoje não entenderam (ou não querem entender) que é muito dinheiro que está em jogo. Tem as fortunas mirabolantes do tráfico de drogas dentro e fora dos presídios. Ponto de tráfico é disputado à bala. É uma briga de poder, que se eterniza, entre os grupos que disputam essas fortunas. Nessa disputa, as forças de segurança assistem na poltrona, como se fossem meros espectadores.

Construir presídios de segurança máxima tem alguma importância, mas será uma medida inócua se não tomarem outras tantas no curto prazo. Neste instante, seria preciso encontrar uma fórmula inteligente de vigiar e separar cada comandante de cada cadeia. Uma organização que os criminosos montaram há muito tempo e os governantes nada fizeram para que não ocorresse.

Há alguns princípios que não são debatidos. Primeiro: não existe sociedade sem criminalidade. Mas podemos diminuí-la com ideias e organizações que em nenhum momento estão sendo colocadas pelos governos. Segundo: não podemos continuar construindo presídios, jogando fora dinheiro dos contribuintes, gastando muito menos com os alunos do ensino fundamental do que com cada preso. Esse erro não pode se eternizar. Terceiro: os governos nunca interferiram nos presídios. Deixam a administração por conta dos presos, o funcionamento a gerencia do cotidiano.

Tudo pode acontecer em um sistema gerido dessa forma. Os governos abandonaram os presídios à própria sorte. Desde que não ocorra rebelião, fuga e mortes ninguém se importa com o que acontece lá dentro. Há dezenas de anos é assim. Ninguém quis mudar e ninguém pretende mudar.

Na maioria dos presídios não entra crack. Vende-se maconha e cocaína. Em muito presídios os detentos passam fome. Quem lhes dá comida? O PCC e o CV. Quem distribui o "jumbo" (comida, roupas e material de higiene levada pela família) ? As organizações criminosas. Os governantes deixaram de fazer o mínimo que lhes compete. Se prende o sujeito, tem que garantir o mínimo para que ele saia vivo do presídio.

Presídios: é sempre mais do mesmo

Davos. A reunião dos donos do mundo é pop

Quinze graus negativos. Três mil participantes. Mais de 400 eventos. A nova edição do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, coincide com a tomada de posse de Donald Trump. Não será por acaso que o tema principal desse encontro será "Liderança Responsável". No relatório que antecede e dá o mote ao encontro, a crescente desigualdade de rendimentos é apontada como o principal obstáculo ao desenvolvimento global. Mas no documento também estão bem expressas as preocupações com as mudanças políticas nos EUA e na Europa. Apesar de achincalhada por muitos, a últimas reuniões dos donos do mundo amadureceu.

Tal como no último encontro, a revolução tecnológica marcará a agenda de Davos. Esse Fórum vem alertando para os problemas que advirão, brevemente, com a Revolução 4.0, as mudanças que ocorrerão com a era dos robôs e dos super programas de computadores.

À parte das grandes questões que assolam a humanidade, há um programa paralelo que promete desviar as atenções na estância de esqui suíça. A cantora colombiana Shakira, o ator norte americano Matt Damon e o chef britânico Jamie Olivier são alguns dos rostos midiáticos que abrilhantarão o encontro. Já passaram por Davos Leonardo Di Caprio e Bono Vox. A ideia dos donos do mundo é transformar esse encontro em algo que não seja tão fechado às elites.

Mas o que mais chama as atenções são as ausências. Angela Merkel e François Hollande não estarão em Davos. Sem a Alemanha e a França, o encontro perde um pouco da referencia que deseja ser.

Presídios: é sempre mais do mesmo

Por que a China está investindo bilhões no futebol?

Reconhecida por seus feitos na tecnologia e na indústria, a China prepara-se para um salto que está sendo tratado por especialistas como uma nova revolução: investimentos de bilhões de dólares devem colocar o gigante asiático em definitivo no mapa do futebol mundial. Esqueçam do dinheiro que compra nossos melhores jogadores. Isso é ninharia.

Desde 2015, os chineses investiram mais de 2 bilhões de dólares para comprar fatias ou a totalidade de, pelo menos, 4 grandes clubes europeus: Milan e Inter de Milão, Manchester City e Atlético de Madri. O Liverpool e o Hull City estão na mira dos chineses. E vem mais por aí.

O futebol na China virou uma prioridade do governo. Por trás dessa espécie de força-tarefa coletiva, que dominou o país nos últimos dois anos, há uma série de motivos. O primeiro deles está no fato de a economia chinesa vir reduzindo o ritmo de sua expansão - hoje, girando entre 6,8% e 7,0% de crescimento do PIB anual. Diminuiu, mas ainda assim é um crescimento gigantesco. O problema é que sua indústria está no limite do crescimento.

Com isso, os chineses estão obcecados com a ideia de buscar novas fontes de renda para o país, sobretudo no setor de serviços. A bilionária indústria do esporte tem no futebol seu mercado mais bem-sucedido. Estão investindo, ainda que com algum exagero, para faturar muito mais dentro de alguns anos. Chinês não investe pensando em obter lucros em curto prazo. Sabe que a eficiência está na aprendizagem, que só pode ser obtida em médio ou longo prazo.

 

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