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Manoel Afonso

Campo Grande: porta de entrada do Senado

Por Manoel Afonso | 24/05/2024 09:30

Vander Loubet: Obstinado pelo Senado, o deputado quer se fortalecer na capital (33% dos eleitores do MS). Quem não vencer aqui, não leva! Por vários fatores Vander tem problemas. Além da prevenção do eleitorado conservador, sofre de cruel estigma, apesar de inocentado por suspeita de corrupção. Não sei se a harmonização facial e o implante capilar aliviam.

Apostas: A capital é a porta de entrada do Senado. Vander adota estratégias para colocá-lo ao lado de postulante com chances de vitória. A candidatura, por exemplo, da deputada Camila Jara (PT) não traria novos eleitores, não beneficiaria Vander.  Mas se apoiando Rose Modesto (União Brasil) teria sim maiores chances de futuros benefícios eleitorais em 2026.

A caminho: Prestigiada pela cúpula do União Brasil, Rose Modesto ainda não escolheu seu companheiro de chapa. Merece destaque o fato de Ronaldo Caiado e ACM Neto -  duas lideranças da sigla e que a prestigiam, serem apontados como nomes de peso na sucessão presidencial. Caiado é citado pelo senador Sergio Moro como eventual candidato ao Planalto

Lição-1: Querido das crianças, Macaco Tião jogava objetos nos visitantes no ‘Zoo do Rio’. Graças a revista’ Casseta Popular’ e pela falta de boas opções nas eleições para prefeito (vencidas por Marcelo Alencar) em 1988 - Tião obteve 400 mil votos (3º lugar). Seu slogan “O único candidato que já está preso”. Tião morreu em 1996 e mereceu luto oficial por 3 dias.

Lição-2: Em 1959, dentre 10.214 candidatos a vereança em São Paulo, o rinoceronte Cacareco obteve 100 mil votos, suficientes para eleger 1/3 da câmara. O candidato 2º mais votado foi Manoel Vaz (10.214 votos) genro do prefeito Ademar de Barros. Tião inspirou a marchinha: “Cansados de tanto sofrer/e de levar peteleco/vamos agora responder, votando no cacareco”.

Lição-3: Em1987, nas eleições municipais de Vila Velha (ES), a população indignada encontrou outra fórmula ‘sui generis’ de protestar contra os desmandos e escândalos de corrupção local. Optou em votar no mosquito da dengue – vencedor com 29.667 votos – 3 vezes mais do que a votação do candidato vencedor.

Sugestão: 3 casos de políticos nossos egressos do xilindró: o ex-prefeito, ex- governador Puccinelli (MDB), o ex-prefeito Gilmar Olarte e o vereador Claudinho Serra (PSDB). Aliás, se candidatassem nestas eleições, eles poderiam inclusive aproveitar parte do slogan do macaco Tião, ou seja: “Os candidatos que já foram presos”.

Mudanças: As urnas eletrônicas impedem que o eleitor proteste de modo mais usual e visível, como antes nas cédulas de papel. Mas ele ainda pode protestar nas redes sociais. A corrupção evoluiu, sofisticada com a tecnologia. Os documentos falsificados ainda resistem, apesar da atuação do Ministério Público. O noticiário prova isso.

‘No Limite’: O Governo gasta 90% do orçamento com pensões/aposentadorias, salários, seguro-desemprego, idosos, Bolsa Família, educação e saúde. Pasmem! Resta só 10% para investir, em subsídios, créditos carimbados e nos PACs. Sem chances de melhora, pois os gastos obrigatórios crescem mais rápido do que a arrecadação e o PIB.

Direto Ao Ponto: Defino assim a fala do deputado Paulo Duarte (PSB) sobre as consequências da nebulosa reforma tributária. Expert na área, focou firme nos pontos que tendem a prejudicar nosso MS – inviabilizando inclusive os projetos econômicos do atual governo pela perda da receita que estima na faixa de 20%.

Tragédia: Paulo Duarte lembra que os 5.568 municípios terão o futuro atrelados aos 27 integrantes do futuro Comitê Gestor, que irão priorizar os interesses dos estados mais desenvolvidos. Precavido, sugere um comitê local estudando o caso a fundo para fornecer subsídios técnicos aos nossos senadores e deputados federais nos debates do Congresso Nacional.

Capital: Ouvi no saguão da Assembleia Legislativa que na hora certa o PL se unirá ao PP da prefeita Adriane e da senadora Tereza Cristina. Assim evitaria atritos entre outros nomes, pois o tenente Portela tem livre transito nos grupos de centro e direita. A dúvida é se ele passará ou não o bastão lá na frente, pois o ego humano é indomável.

Pera-Lá: Essa tese é contestada pelo deputado João Catan que defende candidatura própria do PL na capital como alternativa legítima da direita liberal, numa hora em que há ambiente para o debate com o PSDB, PT e MDB. Aliás, a posição vigorosa de Catan nas sessões nos remete ao personagem do energético ‘Red Bull’. Força total!

Elogios: Eles não faltaram ao governador Riedel pela sua ousada e promissora viagem aos Estados Unidos com objetivo de expor nosso potencial econômico. Analistas e especialistas do mercado internacional ancorados em Nova Iorque gostaram desta iniciativa com luz própria, longe das bênçãos de Brasília.

Contabilidade: Em 2020 o MDB elegeu 772 prefeitos - PP 680 - PSD 649 - PSDB e DEM, hoje União Brasil - 459. Enquanto isso o PT elegeu apenas 183 prefeitos e 258 vice-prefeitos. Hoje o partido de Lula já conta com 265 prefeitos. Os maiores índices de migração após o início do 3º mandato dele, ocorreram no Nordeste.

É o jogo: Absolvido ou condenado. Qualquer hipótese seria pertinente. Mas o senador Rodrigo Pacheco (PSD) fez o meio de campo junto ao ministro Alexandre de Moraes e o senador Sergio Moro (União Brasil) absolvido. Aliviou o clima entre Judiciário e Congresso e favoreceu politicamente o Governo para as eleições de 2026.

Alívio: Ficando no Senado Moro ficará mais distante de Bolsonaro e fortalecerá menos o discurso da direita no pleito de 2026. Isso foi levado em conta nas articulações do senador Rodrigo Pacheco (PSD) junto ao ministro Alexandre de Moraes, amainando o clima de revanchismo. Quem não gostou foi a deputada Cleise Hoffmann (PT), que sonhava disputar a vaga de Moro pelo Paraná. Ficou de bico quebrado.

Só De Longe: Gosto de ouvir a opinião de observadores sobre a postura do governador Riedel (PSDB) nestas eleições. É consenso no saguão da Assembleia de que ele não se envolverá na disputa, preservando sua autoridade e mantendo a boa imagem atual. Os vencedores, seja eles quais forem, irão manter boas relações com o Governo.

Polarização? Na capital, pelo menos, não há clima para tal.  Em outros tempos acontecia em função das posições dos partidos e de grupos políticos. Analisando o quadro atual conclui-se de que há mais identidade do que diferença entre os futuros candidatos. O multipartidarismo praticamente uniformizou o discurso e a cara deles.

Comparando: Parece até que os programas dos partidos foram produzidos pelos mesmos personagens. Basta ler alguns deles para essa conclusão. Todos se inspiram em Deus, no respeito à sociedade, na convivência harmônica, prometendo o bem estar, obediência a democracia em nome do progresso, do direito e por um futuro melhor.

‘Estranho’: A opinião pública arrepiada com a decisão do ministro Tófoli  que beneficiou o empresário Marcelo Odebrecht, mantendo válida a deleção premiada na ‘Lava Jato’. Assim Marcelo não poderá pedir de volta o dinheiro já pago como multa. Seria comparado ao caso imaginário do juiz que anulou o flagrante do traficante ficou sem saber o que fazer com a cocaína apreendida.  Devolveria ou não ao traficante?

Finalmente..

STF reconhece: ‘o uso abusivo de ações judiciais compromete a liberdade de imprensa’.

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