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Manoel Afonso

Pacto PSDB-MDB: quem ganha e quem perde?

Manoel Afonso | 19/05/2023 08:07

ENTENDA: A federação partidária - aprovada pelo TSE ainda em 2021 - é formada por 2 ou mais siglas com afinidade programática que se unem para atuar como uma só legenda por, no mínimo, 4 anos. Ela tem o caráter nacional e atua como teste para eventual fusão ou incorporação de legendas que fizerem parte da federação.

NOVELA: A origem do PSDB é no MDB de José Sarney que discordava da proposta de adotar o parlamentarismo como defendiam Fernando H. Cardoso e outros históricos. Hoje discute-se o reagrupamento em nível nacional de tucanos e emedebistas. Aqui foi iniciado um pacto pelas lideranças (PSDB-MDB) como ato preliminar da federação.

DESAFIO: É difícil conciliar interesses de MDB e PSDB que tem objetivos iguais.  O PSDB tem 3 governadores, 13 deputados federais e 4 senadores. Já o MDB tem sido mais pragmático e hoje integra o Governo Federal. No Nordeste seus caciques estão enraizados no poder e dele não cedem em eventuais negociações.

NA PRÁTICA: Tucanos e emedebistas falaram do pacto como se tratasse de algo pragmático, de uma pureza singela como a troca de presentes natalinos. Mas não é nada disso. O anúncio de mapear o Estado para aferir as chances de acordo pode revelar outra realidade.  Em qual cidade do interior – situação e oposição convivem harmonicamente?

NO INTERIOR as relações sociais passam pela identidade política partidária. É na escolha do médico, advogado e no comércio. Nos velórios, casamentos e aniversários a divisão política é nítida. Um adversário como padrinho de casamento da filha? Jamais! A deputada Mara Caseiro (PSDB) por exemplo, já admite a dificuldade de acordo com o MDB nas suas bases eleitorais por motivos óbvios.

LIÇÕES: Acordos decididos só por de líderes são duvidosos. Em 1994 no Mato Grosso Dante de Oliveira venceu Osvaldo Sobrinho (PTB) ao governo lançado por dois grupos que eram rivais: Júlio Campos e Carlos Bezerra. Em 2012 Alcides Bernal (PP) se elegeu prefeito de Campo Grande vencendo Edson Giroto (MDB) imposto pelo governador Puccinelli (MDB) com apoio do prefeito Nelson Trad (PSD) e mais 16 partidos.

‘THE END’: Se eleição fosse igual a matemática não teria graça. Eleição é igual a confecção de um bolo. Pode gorar por um detalhe ou ingrediente em excesso ou de qualidade ruim. Há muitos interesses atrás da porta. Até aqui o eleitor não se manifestou pelas redes sociais inclusive. Às vezes incoerente, o eleitor pede coerência de seus políticos. Sabe como é...

CAMPO GRANDE: A cereja do bolo! Todo mundo quer. André Puccinelli abriria mesmo mão de disputar? Na mídia a notícia de que inclusive ele pleiteara o cargo de vice prefeito para a filha Denise e uma vaga de Conselheiro no Tribunal de Contas para o filho Andrezinho. Hipótese que nos remete ao personagem ‘Justo Veríssimo’.

DOURADOS: No saguão da Assembleia Legislativa a cidade é citada como um dos mitos desafios de conciliação e concordância de um candidato que atenda o MDB e PSDB. Para os íntimos da política douradense os fiadores do pacto já podem riscar a cidade da lista dos prováveis êxitos. Ponta Porã seria outro caso perdido. Sem acordo.

OPOSIÇÃO: Na outra ponta o deputado João Henrique (PL) defende a aliança entre partidos da direita para eleger o maior número de vereadores na capital e no interior – fortalecendo o grupo no MS. A estratégia é dividir as lideranças como fez Bolsonaro com o PL, PP e Republicanos e elegendo o maior número (187) de parlamentares.

O PLANO: É alinhar Capitão Contar, Marcos Pollon (PL), Rafael Tavares (PRTB), Coronel David (PL), além do PP e lideranças do Patriotas, Republicanos, PRTB entre outros. Quanto a senadora Tereza Cristina, o deputado João Henrique (PL) defende que ela permaneça no PP onde comanda um forte contingente da direita como foi provado nas eleições de 2022.

ATENTO: João Henrique entende que as recentes negociações do PSDB com o MDB de André Puccinelli e por tabela com o PT visam retirar os eventuais adversários do caminho – eliminando assim a concorrência. Para o deputado, a ação lembra a estratégia absolutista de Luiz XIV (Rei Sol) detendo a concentração total dos poderes na França.

CONVITES: A prefeita da Capital, Adriane Lopes (Patriotas) recusou os convites do PSDB e MDB.  Opta pela senadora Tereza Cristina (PP) que não integra o projeto dos ex-governadores Puccinelli (MDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB). Também cultiva relações com o PT através do deputado Vander Loubet que tem avalizado nomeações de petistas na prefeitura, inclusive da ex-vereadora Thais Helena.

COERÊNCIA: A senadora Tereza Cristina valoriza o seu patrimônio eleitoral graças ao bolsonarismo. Hoje o PP conta com 21 prefeitos, dezenas de vereadores, além dos deputados Londres Machado, Gerson Claro, Luiz Ovando, além de José Carlos Barbosa – vice-governador. O tabuleiro político começa a ficar interessante para 2024.

ROSE MODESTO: Tudo combinado, bem pensado, nada fora por acaso. O cargo na Sudeco visaria amainar suas pretensões no pleito prefeitura de Campo Grande? Mas a frase dela em tom de desabafo (“falaram que eu estava morta politicamente”) passa a mensagem de que ela continuaria com pretensões em 2024. O que farão com ela?

MARCIO FERNANDES: Satisfeito com o pacto MDB-PSDB. Reconhece que sua sigla (MDB) ficou desidratada (só 3 deputados estaduais e 9 prefeitos) e lembra que sempre defendeu esse entendimento. Marcio ressalta que entre as duas siglas há mais identidade do que diferenças e que não sofreu discriminação nas gestões de Reinaldo.

MARQUINHOS TRAD: Pelo menos até agora não há um caminho definido a seguir pelo PSD. Presume-se que ele teria razões oceânicas para ficar distante do PSDB e por analogia também do MDB – futuro sócio dos tucanos. Por tabela, seu mano – senador Nelsinho Trad (PSD) tem se preocupado mais com as emendas conquistadas do que o assunto eleições. Tudo ao seu tempo.

PETISTAS: Mais uma vez sem nome de expressão para concorrer na capital. Talvez o PT opte pela condição de coadjuvante, abrindo mão do protagonismo. O partido mudou muito aqui. Ao assistir a sessão da Assembleia Legislativa o cidadão fica confuso ao ver o deputado Zeca do PT insistir no refrão na hora de votar: “sigo o voto do meu líder Londres Machado”.

PLANTANDO: Colegas da mídia comentam o número elevado de notícias enviadas diariamente pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seilog), onde o nome do seu titular Hélio Peluffo é destacado. Fortes sinais de que o ex-prefeito de Ponta Porã estaria investindo firme num projeto político. Na política a coragem alimenta os sonhos.

PILULAS DIGITAIS: 

 Carlão se contentará só com a reeleição à vereança da capital? (atrás da porta) 

 O MDB do MS sairá da UTI? (no saguão da Assembleia Legislativa)

“Falaram que eu estava morta politicamente.” (Rose Modesto)

Projeto ‘Fake News’: a caminho da missa de 7º Dia. (no saguão da A. Legislativa)

“Há homens que, por dinheiro, são capazes até de uma boa ação.” (Nelson Rodrigues)

“Salvador da Pátria – a mais antiga profissão do mundo”. (Millôr)

Palloci a caminho da ressurreição. Após Dallagnol - será a vez de Moro. (internet)

“Nosso Índice de Desenvolvimento Humano é animal.” (Carlos Castelo)

Lula não apazígua nem o Congresso e se mete na guerra Rússia/Ucrânia. (internet)

De tanto aparecer, parece até que Flavio Dino prendeu Lula e pilota o país. (internet)

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