Problemas adiados custam caro, no caixa e na vida do dono
Na gastronomia, existe um hábito perigoso: empurrar decisões difíceis para depois. Um custo mal calculado, um processo falho, uma equipe desalinhada, um cardápio inchado. Nada disso explode de uma vez — vai se acumulando em silêncio, até virar um problema grande demais para ignorar.
O dono percebe que algo está errado, mas segue no automático. Falta tempo para parar, pensar e corrigir. E assim o negócio entra num ciclo de desgaste: muito esforço, pouco resultado e uma sensação constante de estar sempre “correndo atrás”.
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O que poucos entendem é que problemas não resolvidos cobram juros emocionais e financeiros. Eles drenam energia, roubam clareza e fazem o dono duvidar de si mesmo. Quanto mais se adia, mais caro fica — não só no caixa, mas na qualidade de vida.
Reverter esse cenário não exige grandes revoluções. Exige decisão. E decisão começa com consciência. Olhar para o que está sendo evitado é o primeiro passo para retomar o controle do negócio — e de si mesmo como empresário.
Caminhos práticos para começar a virar o jogo:
- Escolha um problema por vez para resolver — foco reduz ansiedade.
- Reserve um momento fixo da semana para olhar números simples.
- Crie rotinas mínimas, mas constantes — o básico bem feito sustenta.
- Converse com a equipe e escute antes de corrigir.
- Busque apoio: decisões difíceis ficam mais leves quando não são solitárias.
Negócios gastronômicos saudáveis não são os que nunca têm problemas — são os que decidem enfrentá-los cedo. E quando o dono para de adiar, o negócio para de sangrar em silêncio… e volta a crescer com clareza e estabilidade.
Michelle Pinho — CEO Padoca do Enaldo e sócia da Solutri Soluções. Colunista de Negócios com Sabor, escreve sobre gestão, propósito e os bastidores reais da gastronomia com alma. 📩 negocioscomsabor@gmail.com — para quem cansou de empreender sozinho.
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