Quando o dono desaba, o negócio vai junto
Essa é uma verdade que quase ninguém tem coragem de dizer: a maioria dos negócios não quebra por causa do mercado, do movimento ou do produto. Eles quebram porque o dono chega no limite — físico, emocional e mental. Quando o empreendedor desaba, o negócio desaba junto.
O setor de alimentação torna isso ainda mais evidente. A rotina é intensa, cheia de urgências, imprevistos e demandas que ninguém vê. E quando tudo depende do dono, algo perigoso acontece: o negócio não cresce — é o dono que encolhe. E não existe empresa saudável com um líder adoecido.
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Aprendi isso na prática. O que mais desgasta não é o trabalho em si, mas a solidão do cargo. É precisar decidir tudo, resolver tudo e não ter com quem dividir nada. É carregar o negócio nas costas achando que isso é força — quando na verdade é o caminho mais curto para o esgotamento.
E é por isso que acompanhamento não é luxo. É estratégia. Um olhar de fora enxerga o que a correria do dia apaga. Uma orientação certa reduz erros, evita desperdícios e devolve clareza. Alguém caminhando ao lado lembra você de que não precisa sobreviver ao negócio — pode conduzi-lo.
Negócios são feitos de pessoas, e pessoas precisam de suporte. Donos que têm apoio tomam decisões melhores, conduzem melhor a equipe e criam rotinas mais leves. Donos fortalecidos constroem empresas fortes. Donos exaustos constroem negócios frágeis.
Essa é a verdade que eu quero deixar aqui: o negócio só prospera quando quem o conduz está inteiro. E quando esse dono tem com quem contar, ele não só sustenta — ele expande.
Michelle Pinho — CEO (diretora executiva) e CVO (diretora de visão estratégica) da Padoca do Enaldo e sócia da Solutri Soluções, assessoria e consultoria especializada em empresas de alimentação. Colunista de Negócios com Sabor, fala sobre gestão, propósito e os bastidores da gastronomia com alma. 📩 E-mail: negocioscomsabor@gmail.com — para quem cansou de empreender sozinho.
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