Páscoa e seus significados: o que importa são os chocolates?
A Páscoa é tradicionalmente reconhecida como uma celebração religiosa de grande importância, especialmente para os cristãos, pois marca a ressurreição de Jesus Cristo. Contudo, com o passar do tempo, o aspecto comercial da data tem ganhado destaque, principalmente por meio dos ovos de chocolate, seus valores cada dia mais exorbitantes e que muitas vezes parecem ofuscar o real significado desse período. Diante disso, surge a questão: o que realmente importa na Páscoa? Seriam os chocolates ou o seu valor simbólico e espiritual?
Não tem como negar que os chocolates se tornaram um símbolo cultural da Páscoa, especialmente entre as crianças, e que hoje muitas vezes mal o chocolate vem junto. As campanhas publicitárias, as prateleiras repletas de ovos e o apelo visual com os brinquedos fazem com que a data seja cada vez mais associada ao consumo, ao ganhar algo. Isso gera uma valorização do material em detrimento do espiritual, o que contribui para uma certa confusão do verdadeiro significado da Páscoa para muitas pessoas, principalmente as crianças.
No entanto, é importante lembrar que a Páscoa carrega um profundo significado de renovação, esperança e amor. Independentemente da religião, a mensagem de recomeço, superação da dor e celebração da vida é universal, e resgatar esses valores é essencial para que a Páscoa não se torne apenas mais uma data comercial, mas sim um momento de reflexão e conexão com o que realmente importa.
E diante da inevitável visão comercial, ainda é possível conciliar os elementos modernos com o sentido original da Páscoa. Os chocolates podem ser vistos como uma forma de presentear e demonstrar carinho, desde que não se sobreponham ao aspecto simbólico da celebração, devemos resgatar os valores mas sem perder o equilíbrio entre tradição e modernidade, resgatando a essência da data e promovendo momentos mais significativos em família.
Portanto, embora os chocolates sejam parte da cultura atual da Páscoa, o que realmente importa são os valores que ela representa, e não os valores dos ovos de pascoa, ou o melhor presente ou marca que o chocolate pode vir a ter. A reflexão, a união e a renovação espiritual devem ser colocadas em primeiro plano, para que a celebração não se resuma ao consumo, mas sim à transformação interior e à celebração da vida.
(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.
Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.