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Dia da Consciência Negra: A luta por igualdade nos bancos

Bancários negros, incluindo pardos, são apenas 24,8% dos trabalhadores do setor bancário.

Post Patrocinado | 20/11/2024 08:00
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Em um marco histórico para o Brasil, o Dia da Consciência Negra, neste 20 de novembro, é celebrado pela primeira vez como feriado nacional. A data, que homenageia a luta da população negra contra a escravidão e o racismo, ganha ainda mais relevância ao ser reconhecida em todo o território nacional.

A escolha do dia 20 de novembro remete à morte de Zumbi dos Palmares, líder quilombola que resistiu à escravidão por anos. A data, que já era celebrada em diversos estados, agora se consolida como um momento de reflexão e luta por igualdade racial em todo o país.

Além de homenagear a história e a cultura afro-brasileira, o feriado nacional serve como um lembrete dos desafios que a população negra ainda enfrenta. A desigualdade racial, o racismo estrutural e a falta de oportunidades são apenas alguns dos problemas que persistem.

Panorama nos bancos 

O setor financeiro brasileiro é chamado a refletir sobre sua falta de diversidade racial. Embora a população negra representa 56,1% da sociedade brasileira e 54,9% da força de trabalho, de acordo com último censo da diversidade nos bancos, bancários negros e negras, incluindo pardos, são apenas 24,8% dos trabalhadores do setor. Pretos e pretas são somente 3,4% da categoria. Nos cargos de liderança, a presença negra é ainda mais reduzida - menos de 5% estão nos cargos de diretoria das instituições financeiras.

A desigualdade se agrava na questão salarial: de acordo com dados compilados pelo Dieese, os bancários negros (que incluem pretos e pardos) ganham 24% menos do que os colegas brancos. E as mulheres pretas sofrem ainda mais discriminação, ganhando 59% menos que a média dos homens brancos.

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"A desigualdade racial no sistema financeiro é um problema sério. Negros e negras enfrentam dificuldades para entrar nos bancos e, quando conseguem, são concentrados nos cargos mais baixos e recebem salários menores, por isso, essa discrepancia salarial", destaca a presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Neide Rodrigues.

A presidente do sindicato destaca um ponto crucial e urgente: a necessidade de as instituições financeiras implementarem medidas concretas para promover a igualdade racial e eliminar as barreiras que impedem a ascensão profissional de pessoas negras. Essa questão vem sendo tratada anualmente na Campanha Nacional dos Bancários, incluindo a negociação de 2024, que abordou a promoção de oportunidades iguais no setor.

“Na negociação desse ano, conseguimos o compromisso dos bancos com a igualdade salarial entre gêneros e uma nova edição do Censo da Diversidade, para mapear e promover a diversidade. A mesa temática de Igualdade de Oportunidades já tem 23 anos e foi pioneira em discutir o tema da igualdade salarial, em direitos dos homoafetivos, inclusão de PCDs, e maior contratação de negros e negras no setor bancário. Ainda assim, as desigualdades no setor persistem, e, por isso, sempre estamos lutando e cobrando ações e políticas que mudem esse quadro e promovam mais respeito, justiça e oportunidades iguais no ambiente de trabalho”, complementa a presidente do sindicato.

Racismo estrutural nos banco 

A análise dos dados de sustentabilidade de 2023 dos principais bancos brasileiros evidencia a persistência da desigualdade racial em suas estruturas. No Santander, a concentração de brancos em cargos de liderança é alarmante: 90,4% dos diretores são brancos, enquanto apenas 5,2% são negros. Essa disparidade se acentua quando observamos os cargos operacionais, onde a maioria dos trabalhadores (46,4%) é negra. O Itaú apresenta um quadro semelhante, com apenas 17,7% dos negros ocupando cargos de gestão, em contraste com sua representação de 27,5% na força de trabalho total.

O Bradesco, por sua vez, dos 86,2 mil funcionários do Bradesco, 29% são negros. Em cargos de liderança, os negros representam 22%.

“O Dia da Consciência Negra é um momento para refletir sobre a nossa história, reconhecer as lutas do povo negro e reafirmar o nosso compromisso com a igualdade racial. No setor bancário, ainda temos muito a avançar. É preciso que as instituições financeiras se comprometam com políticas de diversidade e inclusão efetivas, que promovam a ascensão profissional de negros e negras e que combatam o racismo em todas as suas formas. O sindicato dos bancários continuará lutando por um mercado de trabalho mais justo e igualitário para todos e todas”, conclui Neide Rodrigues.

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