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Direto das Ruas

Acadêmico é “expulso” após UFMS contestar aprovação por cota

João entrou com ação judicial contra a universidade para provar que é pardo

Izabela Cavalcanti | 13/02/2023 12:01
João Vitor, que teve participação na cota de negro/pardo indeferida, acompanhado do pai (Foto: Arquivo pessoal)
João Vitor, que teve participação na cota de negro/pardo indeferida, acompanhado do pai (Foto: Arquivo pessoal)

O estudante de Farmácia, João Vitor Silva dos Santos, de 24 anos, enfrenta um impasse desde 2021. Ele passou no vestibular da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em 2020 e tentou ingressar na faculdade na cota de negros e pardos. No entanto, mesmo com evidências, segundo ele, a instituição negou a participação.

O jovem conta que ao efetivar a matrícula, é necessário mandar vídeo se apresentando para fazer a avaliação.

“Eu falei: ‘Meu nome é João Vitor e estou concorrendo pela cota L7, pretos e pardos, que cursaram integralmente o Ensino Médio em escola pública'. Indeferiram esse vídeo, não aceitaram. Entrei com recurso pela própria banca, eles indeferiram novamente. Então, fui recorrer ao judiciário”, lamenta.

Após dar entrada no processo, em março de 2021, João conseguiu liminar para antecipação de matrícula e cursou por um tempo. “Em dezembro de 2022, recebi uma mensagem que tinha sido indeferido para continuar cursando. Entrei com recurso para tentar cursar de novo. Agora, estou esperando o recurso para ver se o juiz vai aprovar ou não novamente”, comenta.

“Passei o ano de 2020 estudando, me dedicando para passar no vestibular, passei em quarto na cota e agora estou me sentindo injustiçado. Estou sentindo que não valeu a pena, é uma injustiça realmente o que está acontecendo”, finaliza João Vitor.

Em um dos resultados apresentado pela UFMS, a justificativa foi de que João Vitor tem “pele branca, nariz fino, lábios intermediário e rosado e cabelo liso”. E que não apresenta características de uma pessoa preta ou parda.

A equipe de reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a UFMS para saber sobre o posicionamento do caso e aguarda o retorno.

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