Criança autista está há 1 mês longe da escola por falta de auxiliar, diz mãe
A mãe da criança relata que o filho tem tido crises constantes por não poder estudar
Todo ano, a reclamação se repete: a falta de auxiliar de apoio na Reme (Rede Municipal de Ensino) para acompanhar alunos que tenham algum tipo de deficiência.
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Mãe denuncia falta de professor de apoio para filho autista e com deficiência visual em escola municipal de Campo Grande. Menino está há 30 dias sem poder frequentar as aulas, o que prejudica seu desenvolvimento e aprendizado. Mãe relata frustração do filho e questiona a efetividade do Centro Municipal de Educação Especial Inclusiva.
Desta vez, a designer gráfica Patrícia Faneco, de 40 anos, enfrenta uma situação angustiante. Seu filho, de 12 anos, está há 30 dias sem poder frequentar a Escola Municipal Etalívio Pereira Martins, no Bairro Cruzeiro, devido à ausência do APE (Auxiliar Pedagógico Especializado).
O menino tem TEA (Transtorno do Espectro Autista) e deficiência visual, com isso, a falta do acompanhamento tem impedido sua participação na rotina escolar, prejudicando seu desenvolvimento e aprendizado.
“Tem 10 anos que ele está na Reme, e esse tem sido o pior ano, porque ele nunca ficou tanto tempo afastado. Hoje completa 30 dias. A minha queixa não é por minha causa é por ele. Estar na escola contribuiu para o seu desenvolvimento, mesmo os profissionais que o atende não tendo muita qualificação”, lamentou.
Patrícia relata que tem buscado soluções junto à escola, tentando marcar reuniões e cobrando posicionamentos.
“A frustração para o autista desencadeia crises. Então, quando ele se frustra ao perceber que o irmão saiu e ele não, eu preciso ficar fazendo malabarismo para ele não entrar em crise. O que mais me entristece e preocupa é que ele sente falta de ir para a escola. Todos os dias quando o irmão vai, ele fica na expectativa de ir também e a frustração de não estar indo tem atrapalhado no comportamento e também no desenvolvimento dele”, completou. Ainda de acordo com ela, há 15 dias o filho está tendo insônia por conta da situação.
Patrícia também questiona sobre a criação do Centro Municipal de Educação Especial Inclusiva, inaugurado em fevereiro do ano passado. “Isso tudo um ano após eles terem criado o centro. Esse centro só é um lugar melhor onde eles [professores] ficam alocados, porque para a criança em si nada foi melhorado”, finalizou.
Outro lado - Por meio da assessoria de imprensa, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que "está empenhada para que os profissionais sejam disponibilizados o mais breve possível às escolas, visto que está com o processo seletivo em andamento para a contratação".
Também defende a abertura do CMEEI. "Ele foi criado com o objetivo de concentrar, em um espaço especializado, as ações voltadas à educação especial na Rede Municipal". "Além de oferecer atendimentos a crianças de 4 a 5 anos que não têm acesso às salas de recursos multifuncionais próximas às suas residências, o CMEEI realiza avaliações e acompanhamentos de alunos com indicativos de altas habilidades ou superdotação. O centro também desenvolve ações intersetoriais e estabelece parcerias com instituições de pesquisa para subsidiar pedagogicamente as escolas no trabalho com o público-alvo da educação especial", completou em nota.
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